Mundos Misturados

Entra que tem história

Década de 1770 – E o circo chegou!

“Mundos misturados”, esse é o título da seção da colunista Izabel Gurgel, jornalista e diretora do Theatro José de Alencar, de Fortaleza. Essa expressão é que melhor representa tudo o que temos tentado mostrar até aqui dos inúmeros antecedentes artísticos e arquitetônicos que os grupos que deram origem ao que se chamou de circo foram, no final do século XVIII herdeiros. Mas, ao mesmo tempo em que eram praticantes das heranças recebidas, eram também transformadores e re-significadores das mesmas. Assim, encontramos entre os artistas daquele período, características que estarão presentes nos grupos responsáveis pelo processo de constituição dos circenses, do final do XVIII. Uma dentre várias era a contemporaneidade de suas artes; apresentavam uma variedade de números, como acrobacias de solo e aéreo (como trapézio), equilíbrio, engolidores de fogo e de espada, ilusionismo, animais treinados, pernas de pau, música (tocada, cantada e dançada), performance, teatro, mímica, cenografia, figurino, herdeiros dos vários fazedores e construtores das linguagens, tendências e correntes artísticas, tudo misturado e construído ao mesmo tempo.

Aqueles grupos de artistas – homens, mulheres e crianças – cruzaram com grupos de ex-cavaleiros das cavalarias reais, que ao deixarem de se exibirem apenas para o reduto aristocrático por terem se aposentado ou saído mesmo dos exércitos,  ocuparam também as praças públicas. Da fusão dos vários grupos de artistas e cavaleiros teve-se o processo de constituição de um espetáculo que uniu a diversidade e que se chamará CIRCO.

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