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Famílias circenses no devir da tradicionalidade: desafios teórico-metodológicos no contexto de uma etnografia itinerante em Minas Gerais (pdf)

Mattos, Mayara Ferreira – “Famílias circenses no devir da tradicionalidade: desafios teórico-metodológicos no contexto de uma etnografia itinerante em Minas Gerais” IN: O Circo: Ontem e hojeCadernos do GIPE CIT. Salvador BA: ano 25, n. 44, 2020.1, pp. 101-116. (Também disponível, em pdf neste site, no link: Livraria).

RESUMO: Este artigo tem por finalidade produzir um esboço dos desafios que permearam o mapeamento das famílias circenses que se deslocam por Minas Gerais, o qual teve como objetivo caracterizar essas famílias como uma comunidade tradicional, visando à instrumentalização política dessa categoria como mais uma estratégia de luta para o coletivo. Acompanhando a dinâmica diária de pequenos circos que transitam, principalmente, pela região metropolitana de Belo Horizonte, e participando das reuniões da Rede de Apoio ao Circo, intento compreender a importância da transmissão dos conhecimentos circenses num devir criativo, temporal e espacial constante; para além de uma tradição estática, as identidades circenses são (re)elaboradas continuamente, desenvolvendo práticas cotidianas ao longo de rotas territoriais marcadas. O sentimento de pertencimento a uma comunidade mobiliza a memória e evoca construções coletivas de identidades que permeiam os indivíduos e conformam as relações históricas do grupo. Sendo assim, é acionando características próprias que os/as circenses se constituem como comunidade tradicional, mobilizando-se para garantir modos específicos de reprodução sociocultural e lutando para que seus conhecimentos sejam respeitados na sua diversidade. Pois, tradicionalidade implica comungar valores próprios aos membros das famílias circenses, ao mesmo tempo que a tradição os/as constroem, eles/elas refazem a tradição, processo dialético de construção de identidades consolidada em conhecimentos tradicionais transferidos e atualizados a cada geração.

 PALAVRAS-CHAVE: Famílias circenses. Identidade. Tradição. Território.

ABSTRACT: This article aims to produce an outline of the challenges that permeated the mapping of circus families that travel through Minas Gerais, which aimed to characterize these families as a traditional community, aiming at the political instrumentalization of this category as yet another strategy of struggle for the collective. Following the daily dynamics of small circuses that mainly transit through the metropolitan region of Belo Horizonte, and participating in the Circus Support Network meetings, I try to understand the importance of the transmission of circus knowledge in a constant creative, temporal and spatial development; in addition to a static tradition, circus identities are (re) elaborated continuously, developing daily practices along marked territorial routes. The feeling of belonging to a community mobilizes memory, evokes collective constructions of identities that permeate individuals and shape the group’s historical relations. Therefore, it is by activating their own characteristics that circus people constitute themselves as a traditional community, mobilizing themselves to guarantee specific modes of socio-cultural reproduction and fighting for their knowledge to be respected in their diversity. For, traditionality implies sharing values proper to the members of circus families, at the same time that tradition builds them, they remake the tradition, a dialectical process of identity construction consolidated in traditional knowledge transferred and updated with each generation.

KEYWORDS: Circus families. Identity. Tradition. Territory.

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