Menin, Luciana – Corda Marinha – Registro Teórico e Audiovisual. Patrocínio: Fundação Nacional de Artes – FUNARGE – Ministério da Cultura. Este projeto foi contemplado com o Prêmio Funarte Carequinha de Estímulo ao Circo 2009, Copyright ©2010.
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EQUIPE
Concepção, Pesquisa e Coordenação geral: Luciana Menin
Desenhos e diagramação do Manual: Gisele Silva
Edição e tratamento de imagens do DVD: Janaína Patrocínio
Orientação de pesquisa: Erminia Silva
Assessoria de projeto: Lu Gualda
Tradução livre do inglês para o português das entrevistas realizadas: Luciana Menin
Revisão de texto: Flora Mello Gallina
Autores convidados: Domingos Montagner, Erminia Silva, Marcelo Milan,
Márcia Francine, Pablo Nordio e Paulo Barbuto
Profissionais entrevistados: Carlos Gatica, Fábio Dorea, Natallie Harris
e Pierre-Luc Honde
Apoios: Cooperativa Paulista de Teatro e Circo Zanni
PREFÁCIO: Sobre Idiomas – Domingos Montagner
Apesar de estarmos acostumados a contemplar no circo a beleza da superação física, esta é uma arte extremamente sensorial, para o artista e para o público. Portanto, escrever sobre a criação artística em seu cotidiano exige artifícios, e eu escolho a metáfora.
Falamos aqui especificamente sobre a Corda Marinha, um aparelho aéreo clássico do circo. Quando escolhemos um aparelho como este, devemos lembrar que ele já possui uma história valiosíssima e, sob hipótese alguma, devemos ter a pretensão de sermos maiores do que ele. Como, então, inovar? Como sermos reverentes, sem perdermos a espontaneidade ou termos nossa criatividade ameaçada?
Retornando à metáfora, vejo esses aparelhos clássicos como um idioma. Quando um escritor inicia um poema ou um romance, ele tem na folha em branco uma possibilidade de criar universos, porém, ele tem um limite: necessariamente ele terá que escrever em um idioma. Ele poderá brincar como quiser com as palavras, mas elas terão que comunicar segundo um código que é seu idioma original. E quanto mais ele o conhecer, maior será seu vocabulário para criar quantos universos forem necessários.
Um aparelho clássico tem seu idioma: a técnica. A música, o figurino, o gestual é a forma, assim como é para o texto a fonte, o espaçamento e a diagramação, que, com certeza, facilitam o envolvimento do leitor. Mas para um bom texto ou número, o que importa é o domínio do idioma. Portanto, como diriam nossos mestres, “durmam com o aparelho”. Neste caso, a transpiração é que vai regar a criação e fazer com que o artista e o público saiam falando a mesma língua.