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O palhaço: um profissional da arteterapia que contribui para a melhoria da qualidade de vida dos idosos em cuidados paliativos (pdf)

Fonseca, Denise Garófalo – “O palhaço: um profissional da arteterapia que contribui para a melhoria da qualidade de vida dos idosos em cuidados paliativos”. IN: Brazilian Journal of Health Review, Curitiba PR, v.4, n.4, p.16170-16190 jul./aug. 2021.

RESUMO
O presente documento visa apresentar a revisão narrativa sobre como as visitas de palhaços contribuem para a melhoria da qualidade de vida dos idosos em cuidados paliativos. A revisão foi realizada em 2020 como o trabalho de conclusão de curso da Especialização em Cuidados Paliativos e Terapia da Dor da PUCMINAS. Para tanto foi realizada uma pesquisa científica de artigos, livros e periódicos com os temas: “palhaços” OR “clown” AND “cuidados paliativos” OR “paliative care”; “Idosos” AND “Palhaços”. A pesquisa foi realizada de 04/09/2020 a 13/10/2020. A escolha por esta metodologia foi embasada no conhecimento prévio, como psicóloga, arteterapeuta e palhaça atuante em hospitais e ILPIs, de que grande parte das publicações que relacionam o palhaço com o contexto de saúde abordam a temática pelo viés da comicidade, humor e/ou benefícios do riso para a saúde. Entretanto, para este trabalho, o objetivo geral é compreender as características singulares dessa forma de interação pelo palhaço com os idosos em cuidados paliativos. Abrangendo quais as contribuições de saúde que são possíveis de serem potencializadas nos idosos e de que forma o palhaço como Arteterapeuta se torna um profissional de saúde apto a lidar com questões pertinentes e frequentes, como: morte, qualidade de vida e resiliência. Primeiramente, será descrito o conceito de saúde utilizado atualmente pela Organização Mundial de Saúde e sua relação com as inteligências múltiplas, descritas na teoria de GARDNER (1995) que identificou oito formas de inteligências no ser humano, complementada com a inteligência espiritual trazida por TORRALBA (2013). Em posterior momento, será exemplificado a partir de relatos de experiências como palhaça e arteterapeuta em 5 instituições de longa permanência em Belo Horizonte, também com levantamentos bibliográficos demonstrando como o palhaço agrega cada uma dessas dimensões em seu trabalho. Sendo assim, a partir dessa base, será discorrido sobre as contribuições de saúde e a eficácia da visita de palhaços aos idosos em cuidados paliativos, agregado aos resultados da revisão da literatura realizada permitindo o espaço de discussão sobre essa temática. Cabe ressaltar que o profissional Palhaço permeia o campo das práticas integrativas e complementares de saúde instaurada na rede do SUS (Sistema Único de Saúde) em 2006, com a inserção de novas práticas em 2017 pela Portaria Ministerial no 849 e nos cuidados paliativos como terapias adjuvantes ao tratamento do paciente. O palhaço, reconhecido formal e legalmente como profissional das Artes Cênicas, insere-se na prática da Arteterapia como uma das possíveis linguagens artísticas utilizadas por este profissional. “Em relação às alterações percebidas, antes e após as intervenções houve significante diminuição da sensação de dor (…) e melhora no estado emocional dos entrevistados, diminuindo as autoanálises de preocupação, ansiedade e tristeza, aumentando alegria e animação. Os resultados indicam que a palhaçoterapia é um método capaz de reduzir a sensação dolorosa, bem como promover a melhoria do estado emocional de pacientes idosos internados.” (BATIGÁLIA,2016). “Pode-se inferir que a terapia do humor foi benéfica do ponto de vista da não progressão da depressão entre os idosos institucionalizados” (PIRES, 2015). O profissional palhaço, ao realizar visitas aos idosos que estão em cuidados paliativos cria uma atmosfera diferenciada que permite o desenvolvimento das múltiplas inteligências humanas que potencializam a saúde e a qualidade de vida dessas pessoas. As visitas sendo planejadas e dialogadas com a equipe de saúde interdisciplinar favorece também uma ampliação de conhecimentos agregadores nos cuidados paliativos. As diferentes linguagens utilizadas pelo palhaço e obviamente esta é permitida através da Arte que abrange os aspectos socioculturais, permite uma extensão e amplitude de atuação em todas as dimensões humanas. Os aspectos físicos, sociais, emocionais, familiares e espirituais que formam a base do trabalho de cuidados paliativos é possível de se encontrar e agregar em um único profissional. Sendo este, um potencializador das relações entre os diversos profissionais da saúde e da equipe de cuidados paliativos. O Arteterapeuta que utiliza como sua principal ferramenta de diálogo, as imagens e expressões não verbais, como um profissional integrante da equipe de Cuidados Paliativos, pode agregar essa concepção em uma atuação integrada para confortar e embasar os cuidados sistêmicos do paciente.
Palavras-Chave: Arteterapia, cuidados paliativos, idosos, palhaço, qualidade de vida.

The clown: an art therapy professional contributing to the improvement of the quality of life of the elderly in palliative care

ABSTRACT
The present paper aims to present the narrative review on how clown visits contribute to the improvement of the quality of life of the elderly in palliative care. The review was carried out in 2020 as the conclusion work of the course Specialization in Palliative Care and Pain Therapy of PUCMINAS. For this, a scientific research of articles, books and periodicals was carried out with the following themes: “clowns” OR “clown” AND “palliative care” OR “palliative care”; “Elderly” AND “Clowns”. The research was carried out from September 4, 2020 to October 13, 2020. The choice for this methodology was based on previous knowledge, as a psychologist, art therapist and clown working in hospitals and nursing homes, that most of the publications that relate clowns to the health context approach the theme through the bias of comicality, humor and/or benefits of laughter for health. However, for this work, the overall objective is to understand the unique characteristics of this form of interaction by the clown with the elderly in palliative care. It will cover which health contributions are possible to be enhanced in the elderly and how the clown as art therapist becomes a health professional able to deal with pertinent and frequent issues, such as: death, quality of life and resilience. Firstly, the concept of health currently used by the World Health Organization will be described, as well as its relationship with multiple intelligences, described in GARDNER’s theory (1995), which identified eight forms of intelligences in the human being, complemented with the spiritual intelligence brought by TORRALBA (2013). Later, it will be exemplified from reports of experiences as a clown and art therapist in 5 long-stay institutions in Belo Horizonte, also with bibliographic surveys demonstrating how the clown aggregates each one of these dimensions in his work. Thus, from this basis, we will discuss the health contributions and the efficacy of the clowns’ visit to the elderly in palliative care, aggregated to the results of the literature review carried out, allowing a space for discussion about this theme. It is worth noting that the professional Clown permeates the field of integrative and complementary health practices established in the SUS (Sistema Único de Saúde) network in 2006, with the insertion of new practices in 2017 by the Ministerial Ordinance no. 849 and in palliative care as adjuvant therapies to patient treatment. The clown, formally and legally recognized as a professional in the Performing Arts, is inserted in the practice of Art Therapy as one of the possible artistic languages used by this professional. “In relation to the alterations perceived, before and after the interventions there was a significant decrease in the sensation of pain (…) and an improvement in the emotional state of the interviewees, decreasing the self-analysis of concern, anxiety and sadness, increasing joy and animation. The results indicate that clowning therapy is a method capable of reducing the painful sensation, as well as promoting improvement in the emotional state of elderly hospitalized patients.” (BATIGALIA,2016). “It can be inferred that humor therapy was beneficial from the point of view of non-progression of depression among the institutionalized elderly” (PIRES, 2015). The professional clown, when making visits to the elderly who are in palliative care creates a differentiated atmosphere that allows the development of multiple human intelligences that enhance the health and quality of life of these people. The visits being planned and dialogued with the interdisciplinary health team also favors an expansion of aggregative knowledge in palliative care. The different languages used by the clown, and obviously this is allowed through Art that covers the socio-cultural aspects, allows an extension and amplitude of action in all human dimensions. The physical, social, emotional, family, and spiritual aspects that form the basis of palliative care work can be found and aggregated in a single professional. This is a potentializer of the relationships among the various health professionals and the palliative care team. The art therapist who uses images and non-verbal expressions as his main tool for dialogue, as a professional integrating the palliative care team, may aggregate this conception in an integrated actuation to comfort and support the patient’s systemic care.
keywords: art therapy, palliative care, elderly, clown, quality of life.

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