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Palhaças subversivas – comicidades feministas (pdf)

Pimenta, Fernanda Dias de Freitas – Palhaças subversivas – comicidades feministas.  Anais ABRACE –  XI Congresso da ABRACE -v. 21 (2021).

RESUMO
O texto evidencia o andamento de uma pesquisa que investiga os modos pelos quais a comicidade feminina responde e contesta imposições de gênero demandadas às mulheres e, como, assim, consolida-se como instrumento para criações dramatúrgicas cômicas e potencialmente feministas. Almeja refletir sobre a palhaçaria criada e vivenciada por mulheres e suas relações com pensamentos/atitudes/ideias dos feminismos. Investigações sobre a mulher na palhaçaria, a comicidade e os diversos feminismos são pontos de partida para esta análise, que se desdobra em entrevistas com palhaças contemporâneas e investigação e análise de montagens cômicas de cenas e espetáculos brasileiros. Conta também com a criação e análise procedimental de um espetáculo solo vivenciado e montado por mim, palhaça-pesquisadora. A despeito do surgimento da mulher na palhaçaria ter acontecido há algum tempo, ela só conseguiu exercer esta função porque houve transformações sociais em sua condição de vida, o que impulsionou sua atuação nas artes. Por meio da palhaçaria e da comicidade suponho que podemos provocar reflexões sobre nossa condição de mulher, ao trazer para o cerne da cena dramaturgias que evidenciam opressões de gênero. Numa cultura sexista e hegemonicamente patriarcal, engendrada, como pode a construção social da mulher servir de base ao processo dramatúrgico e criativo das palhaças? Enquanto palhaças, a comicidade nos permite eleger temas e signos que buscam evidenciar, quebrar, romper e destruir opressões estruturais em relação à condição de vida das mulheres e seus limitantes comportamentais. Os principais diálogos serão com a estudiosa de gênero ValeskaZanello, as feministas Djamila Ribeiro e Françoise Vergés e as palhaças Ana Fuchs e Daiani Brum. Este texto ainda lança um olhar específico sobre a memória na criação cênica de palhaças. Trata-se de uma pesquisa que se debruça sobre os elementos atribuídos na criação em palhaçaria, mas com foco na recente renovação de suas dramaturgias cômicas por meio de um viés feminino, feminista e subversivo.
PALAVRAS-CHAVE: Palhaças; feminismos; memória; estudos de gênero; subversão.

ABSTRACT
The text highlights the progress of a research that investigates the ways in which female comicity responds to and contests gender impositions demanded of women and, as such, consolidates itself as an instrument for comic and potentially feminist dramaturgical creations. It aims to reflect on the clowning created and experienced by women and its relationship with the thoughts/attitudes/ideas of feminisms. Investigations about women in clowning, comicity and various feminisms are the starting points for this analysis, which unfolds in interviews with contemporany clowns and investigation and analysis of a solo show experienced and mounted by me, a research clown. Despite the appearance of women in clowning for some time, she only managed to exercise this function because there were social changes in her life condition, which boosted her performance in the arts. Through clowning and comic, I suppose we can provoke reflections on our condition as a woman by bringing dramaturgies that show gender oppression to the heart of the scene. In a sexist and hegemonically engendered patriarchal culture, how can the social construction of women serve as a basis for the dramaturgical and creative process of clowns? As clowns, comicity allows us to choose themes and signs that seek to highlight, break and destroy structural oppressions in relation to women’s living conditions and their behavioral limitations. The main dialogues will be with the gender scholar Valeska Zanello, the feminists Djamila Ribeiro and Françoise Vergés and the clowns Ana Fuchs and Daiani Brum. This text also takes a specific look at memory in the scenic creation of women clowns. It is a research that focuses on the elements attributed to the creation of clowning, but with a focus on the recent renovation of its comic dramaturgies through a feminine, feminist and subversive bias.
KEYWORDS: Women clowns; feminisms; memory; gender studies; subversion

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