Reviravoltas circenses: os múltiplos sentidos dos truques circenses sob o prisma dos gestos dançados entre percursos geracionais na Escola Nacional de Circo Luiz Olimecha (pdf)

MAMARI, Julia Coelho Franca de. Reviravoltas circenses: os múltiplos sentidos dos truques circenses sob o prisma dos gestos dançados entre percursos geracionais na Escola Nacional de Circo Luiz Olimecha. 2023. 501 f. Tese (Doutorado em Artes) – Instituto de Artes, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2023.
Resumo: A presente pesquisa tem como objetivo perceber, refletir e reconhecer os saberes que envolvem as práticas circenses sob o prisma geracional, trilhado no percurso de diversas gerações formadas pela Escola Nacional de Circo Luiz Olimecha – ENCLO. Para tal, escolheu-se questionar sobre quais expressividades os corpos circenses tratam que são mais do que os “truques” que executam, de modo a tentar tocar nos valores simbólicos contidos nos processos de aprendizado, realização e compartilhamento desses truques circenses que podem dar contorno para os substratos que residem em suas corporeidades e que se transformam ao longo do tempo. Admitindo uma pesquisa que parte da prática, foram tomadas como principais referências o Sistema Laban/Bartenieff, assim como trabalhos desenvolvidos por José Gil, Hubert Godard, e Christine Roquet e outros autores com forte trajetória na dança como campo de conhecimento, no intuito de traçar uma transversalidade entre o que a dança vem tratando como gesto dançado para sentir-agir sobre o que poderiam ser os gestos circenses e seus sentidos. Propõe-se, assim, sob inspiração de Christine Roquet, perguntar como perceber-ler os gestos dançados pelos circenses pode vir a abrir as possibilidades dos olhares lançados sobre as artes circenses? Para o estudo e análise de campo, pretendeu-se, desse modo, partir das intercessões entre a dança e o circo, para indagar sobre os modos como cinco gerações de circenses, com formação ou profissão na Escola Nacional de Circo Luiz Olimecha, vêm produzindo, reproduzindo, criando e pensando junto às artes circenses desde a fundação da instituição. Que sentidos as corporeidades e os gestos circenses produzem e compartilham que extravasam o aporte técnico comumentemente percebido, e como esse “a mais” foi propagado ao longo das últimas décadas? Numa prática interminável de revirar-se junto ao universo que o rodeia, entre inúmeros objetos, aparelhos e apetrechos específicos, pretende-se questionar em quais medidas os gestos circenses possuem um dizer em si. Desse modo, averiguar-se-á se existe uma subversão própria que acompanha as transformações dos saberes circenses, e como estas últimas se constituem nos seus corpos em movimento de modo a compor uma forma de conhecimento própria

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