GUTEMBERG, Jaqueline Souza. A Arte Polissêmica de José Fortuna: da música sertaneja ao teatro circense (1948-1983). 461 f. Tese (Doutorado). Programa de Pós- graduação em História da Universidade Federal de Uberlândia . 2018
Resumo: Este trabalho tem como tema a trajetória artística de José Fortuna rumo ao reconhecimento na cena musical sertaneja entre os anos de 1948 e 1983. Compositor de sucesso, reconhecido entre os pares e pelo público, José Fortuna figura até os dias atuais como um poeta. Sua obra, versátil e polissêmica, encontrou ressonância na produção discográfica de sua época pelos mais renomados intérpretes. Para firmar essa imagem de compositor, José Fortuna construiu uma representação de si, como poeta, escritor, dramaturgo, empreendedor e produtor cultural, a qual lhe permitia criar e controlar sua produção, a partir das condições e dos interesses da época. Com a inserção da música sertaneja no mercado e nos meios de comunicação de massa a partir dos anos de 1950, nem todos os artistas compunham o casting das grandes gravadoras. Diante de tal “esquema”, se manter no mercado da música sertaneja não dependia somente das habilidades ou dom para a música e para as artes. Era preciso, antes, saber jogar, negociar e astutamente, recriar o próprio espaço de atuação (ou atuar em outros, como o circo teatro), em busca de reconhecimento e de maior autonomia. Nessa trajetória foi que José Fortuna, criativamente, aproveitou as brechas dessa rede de produção da música como negócio/produto e tomou as rédeas de sua carreira objetivando ditar as suas próprias regras de produção, gravação e circulação de suas obras para se projetar como compositor na cena discográfica brasileira.
Palavras-chave: música sertaneja – José Fortuna – circo-teatro