Circo é senhor da praça
Cores dominam o céu
Lona se ergue no ar
Pau fincado na terra
Música lançada ao turbilhão
Alegria soprada pelo vento
Vermelho-nariz- palhaço
Sorriso no rosto-sem-idade
Moça na corda incerta
Suspiro na platéia alerta
Malabares em movimento
Olhar rápido ao redor
Equilibrista desafia a roda
Luz passeia pelo picadeiro
Cartola de mágico é surpresa
Prazer da ilusão por um momento
Trapezista agita o balanço
Olhos ao alto, respiração suspensa
Salto triplo se apodera do espaço
Grito preso na garganta
Arte e técnica se somam no desfecho
Aplausos sem ouvem em alívio
Palhaços rolam sobre bolas
Palmas arrebentam na arquibancada
Cheiro de pipoca invade a lona
Sabor de infância se espalha em cada boca
Menina nos panos é dança
Olhos brilham admiração
Chicote explode no chão
Platéia reflete empolgação
– Respeitável, público!!!
Respeitado é o circo???
Música cresce de repente
A trupe volta com humor
Anões por um instante são gigantes
Risadas deixam longe a vida incerta
Pôneis exibem graça em suas voltas
Ternura é trégua por minutos
Globo da morte surge implacável
Teste aos nervos, olhares se desviam
Ninguém se dá conta do tempo no relógio
No circo, o que conta é o tempo da emoção
Saudade no peito de quem fica
Serragem no sangue de quem vai…
A autora: “O título foi inspirado no nome do meu projeto de pesquisa da arte circense da Funarte.”