FERREIRA, Luciano José Draetta – A comunicação no circo. São Sebastião SP: Faculdade São Sebastião – FASS – Trabalho de Conclusão do Curso de Letras, 2010.
Este artigo é resultado de um trabalho de conclusão do curso de Letras em 2010 na FASS – Faculdade São Sebastião. Propomos uma análise da comunicação no circo, isto é, das formas narrativas e seus resultados estéticos. A pesquisa está apoiada na observação de espetáculos e entrevistas de diretores, proprietários e artistas, de variadas faixas de idade e experiências profissionais. O estudo bibliográfico buscou referências históricas, filosóficas e antropológicas. Levamos em consideração as diversas apropriações e transformações do circo, ao longo do tempo, e as distintas origens e cosmologias dos agentes envolvidos.
O público e os espaços dos espetáculos de circo
Os circos brasileiros de lona, de pequeno, médio e grande porte, sofreram as consequências das transformações da sociedade do século XX. A densidade demográfica e a ocupação dos centros das cidades pelas edificações limitaram a entrada dos circos de lona nessas regiões. O alto grau de desenvolvimento tecnológico e a orientação das regras de mercado, com um consumo voraz criado e impulsionado pela indústria cultural influenciaram a produção e distribuição do espetáculo circense.
A região central da capital paulista ao longo do século XX assistiu a um decréscimo da circulação dos circos de lona. Já o início do século XXI marcou o início de um movimento contrário. Os terrenos dos bairros passaram a abrigar as lonas e seus respectivos espetáculos. Já o espetáculo com técnicas circense apresentado em teatros, ruas e instituições sócio-culturais têm um significativo crescimento na última década do século XX.
[1] Iniciou a carreira profissional de artista circense em 1995. Atua como palhaço Surubim no Circo Navegador. Já montou dez espetáculos entre 1997 e 2011, revezando entre as funções de palhaço, ator, autor, produtor e diretor.