Ferreira, Diego Leandro; Bortoleto, Marco Antonio Coelho; Silva, Erminia – Segurança no Circo: questão de prioridade. Jundiaí: Fontoura, 2015.
Apresentação (contra-capa)
O Circo brasileiro vive um momento especial de crescimento em todos os aspectos, trazendo os benefícios dessa arte para quem a pratica e também para o grande público que vai a espetáculos e apresentações. Reafirmo aqui a imensa força do universo imaginário do Circo e sua capacidade como instrumento de difusão da cultura e dos princípios básicos da convivência social a partir do coletivo.
Nos últimos anos vemos crescer o reconhecimento popular, institucional e acadêmico pelo Circo. Como linguagem universal o Circo ganha espaço nas artes cênicas, nas políticas públicas, desperta interesse acadêmico como objeto de pesquisa, e seu potencial como elemento de transformação social é constatado com sucesso em inúmeros projetos educacionais espalhados por todas as regiões do Brasil.
É chegada a hora de pensar o Circo com excelência e aproximar todos os seus sujeitos – empresários, donos de Circo, diretores (artísticos e técnicos), coreógrafos, artistas, mestres, capatazes, técnicos de montagem, aprendizes, fabricantes de equipamentos, órgãos públicos e privados, universidades e demais instituições que pensam e oferecem programas e atividades circenses. É chegada a hora de conscientizar a todos sobre a responsabilidade de cada segmento desse universo para o desenvolvimento de uma arte circense brasileira de excelência.
É fundamental reduzir riscos e os acidentes na prática circense. Faz-se necessário aliar a performance artística à segurança, valorizando a integridade física e a longevidade da carreira artística do circense a partir de práticas corporais preventivas e da utilização de materiais e equipamentos de segurança, além de recursos tecnológicos. O conhecimento dos procedimentos e parâmetros básicos de segurança, sejam nacionais, sejam internacionais, são fundamentais no aprendizado dos alunos, no treinamento dos artistas e na criação de números e espetáculos.
É nossa missão também lutar por uma formação que possibilite ao circense uma reflexão estética mais profunda, levando em conta toda a complexidade desse universo criativo, artístico e cultural garantindo a evolução de um corpo inteligente que melhor atenda às demandas específicas da linguagem acrobática na contemporaneidade.
O conhecimento científico da biologia, anatomia, fisiologia, biomecânica e da cinestesia, entre outros, deve se somar à consciência corporal para proporcionar uma integração vivenciada entre teoria e prática.
A realização desse trabalho vem coroar essa reflexão de extrema importância para a adoção de uma cultura de segurança para o Circo no Brasil.
É com grande prazer que recomendo a leitura deste livro, uma obra preciosa para os que vivem o risco e amam o Circo.
Parabéns aos autores!
Vanda Jacques
Sócia fundadora, artista e diretora pedagógica da
Cia Intrépida Trupe – RJ, Brasil.