Imagens da educação no corpo. Estudo a partir da ginástica francesa no século XIX

imagens_educacao_gSoares, Carmem L. – Imagens da educação no corpo. Estudo a partir da ginástica francesa no século XIX. São Paulo: Autores Associados, 1998, 2ª Edição

 

 

 

 

 

Sinopse: A autora analisa o processo de desenvolvimento das práticas corporais identificadas como Ginástica durante o século XIX na Europa. As atividades circenses, nas duas últimas décadas daquele século, surgiam como a “encarnação do espetáculo moderno e seu sucesso era inegável nas diferentes classes sociais”. Por conta disto, houve um movimento significativo destes precursores da Educação Física em tentar negar os “elementos cênicos, funambulescos, acrobáticos”, em suas práticas e ensinamentos; que faziam parte dos primórdios da Ginástica, (inclusive a própria aparelhagem usadas pelos circenses eram reproduzidas), mas que seus seguidores não queriam ser confundidos.
Erminia Silva

 


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Por convenção os textos são impressos em caracteres escuros sobre fundo claro. Apesar de virem de regiões obscuras da sociedade dos homens, as palavras fixam-se no papel escuras em fundos claros, neutros, como se quisessem esquecer sua origem complexa, ambígua, perigosa, para exibirem-se como limpas, nítidas, claras. E assim se exige também às idéias que elas expõem. E também quando elas são faladas. E assim deve ser o orador, o cientista, o escritor acadêmico. Limpo, claro, nítido. E também a escola, a educação do corpo, a ginástica.

Certa vez, convencionou-se também que a arte verdadeira deveria ser suja, escura, obscura, como se ela não quisesse expor sua face solar, clara, positiva. E assim deveria ser o artista. Sujo, obscuro, problemático. E também a rua, o funâmbulo, o trabalhador das minas, o circo.

O exagero destas duas afirmações leva-nos a afirmar que deveríamos buscar uma opinião média. Não. Para que algo significativo seja revelado, as coisas devem ser misturadas, colocadas em tensão. Buscar sentidos na aproximação problemática de linguagens diferentes. Tradução. Traduzir de uma linguagem para outra para que algo de verdadeiro e inesperado surja ora do texto, ora da imagem e aí achar trechos da história que ficaram perdidos e obscurecidos pela história oficial. Tradução também da imaginação, do desejo e da história do pesquisador, dos trechos perdidos e obscurecidos pela sua história oficial. Como se uma pesquisa pudesse ser ao mesmo tempo uma história pessoal profundamente social.

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