Pobres Diabos

Sabem lá os cachorros
por que os deterão ali…
olhos perdidos na fechadura
da enorme e cinzenta porta,
escura como o fundo de suas almas!
em alguns, o desejo da liberdade
em outros a ânsia pela vingança!
Pobres diabos!
Criaturas desprezadas pelo mundo
empilhadas nos cubículos como ratos,
Entre estes seres, pode brotar o amor?
um amor tão puro, tão sujo,
profundo como uma cicatriz,
tatua a alma destes infelizes!
Prisioneiros!
Bandoleiros!
Injustificados!
Delatores!
Comam restos dos banquetes
dos verdadeiros culpados!
homens…mulheres…animais…
seguem trancados neste chiqueiro humano!

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