Brrrrr! Brrrrr!
Dribla, passa, corta…bibite!
“Sai da frente corno véio!”
Vai dar tempo. Tem que dar. Sempre deu.
Quantos anos nessa peleja? Mais de vinte.
Pra quê?! Nem pergunta mais.
Lá atrás já o fez e não encontrou resposta.
“Hoje em dia todo mundo diz que é, basta botar o nariz. Mas ser sendo mesmo, a gente conta nos dedos das mãos”.
É pra fazer mesmo rir que ele vive. É a razão. Pra amolecer os empedernidos corações da dureza do dia…
Mas é também pra comprar o pão – e por que não?
Café-com-pão, café-com-pão, café-com-pão…
Dobra, corre mais, dribla, sobe, sobe, sobe…
“Eita gota serena de lugar alto que Alakazan foi armar essa lona. Quase no céu!”
Chegou.
“Começou Alaka?”
– Tá no segundo número.
“E eu? O próximo? Oxê! Ainda tenho que melar a cara”.
Tá quase. O povo grita. O giro tá no fim. O locutor vai chamar.
– E com vocês a alma do circo: Sua Excelência o Palhaço. Aplausos para o palhaço Pinóquio!
Pensando no Palhaço PINÓQUIO de Recife, no Centro de Memória do Circo (Largo do Paissandu – São Paulo) – enquanto escutava Ermínia Silva.
18/11/2009