O corpo do perfomer no circo e no circo social
Artigo Publicado em: Cadernos do GIPE-CIT, ano 13, N. 25-2010, p 63-70.
Resumo
Ao criar um paralelo entre a concepção do corpo no circo e no Circo Social, esse artigo sublinha a relação entre corpo sublime e corpo grotesco recorrente no circo e mostra que no circo social é evidente um processo pedagógico que enfatiza a presença de um “corpo-aluno” e que leva a uma ressignificação do corpo do performer.
Introdução
Argumentando sobre o conceito de performer como atuante que através da própria presença desenvolve uma ação, é necessário tratar o corpo, como meio e instrumento de atuação. A fisicalidade da performance como “encenação do corpo” e o próprio conceito de comportamento performativo, relaciona-se à corporalidade da experiência tanto do performer, quanto do público, sem poder fragmentar, nessa consideração, o corpo físico-biológico o corpo sócio-antropológico e corpo emocional e sensível. Esse aspecto leva a introduzir o que no âmbito dos estudos da performance vem definido acordo com Sally (1996) de “embodiement”, processo através do qual as experiências são reelaboradas por um corpo vivo, que permite mudá-lo, assim como muda o ambiente no qual esta inserido. Trata-se de uma vivência-incorporação, que se relaciona a um trânsito entre o corpo e a mente, que segundo Phelan, vem carregado de “forte carga sensitiva, política e psíquica inconsciente”. (PHELAN, 2004,17) Deve-se, como conseqüência, tratar do corpo do performer como um corpo que se relaciona e procura ações em conjunto com os outros corpos, devendo ser contemplado em ação e vida. Um questionamento que surge em relação ao circo é : Como se instaura essa relação com o corpo em âmbito circense e no Circo Social?
Corpo no circo
O caráter corporal das técnicas circenses leva a reconhecer de acordo com Pareyson que “A arte é necessariamente extrinsecação física” (PAREYSON, 2001, 153), e induz a questionar sobre o corpo como elemento que constitui o circo, e sobre sua relação com o desempenho do artista.
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