Artigos

A Tromba d’Água de 1949 em Americana (anexo)

Pignanelli, Alexandre – “A Tromba d’Água de 1949 em Americana”. IN: Villa Americana. Artigos sobre a história de Americana. Americana (SP): 12 de dezembro de 2019.

2 de dezembro de 1949.
Guardadas as devidas proporções geográficas, assim como milhões de pessoas se lembram de onde estavam no  20 de julho de 1969 ou no 11 de setembro de 2001, os antigos moradores de Americana estiveram, durante muito tempo, sempre prontos para responder à pergunta

Onde você estava durante a tromba d’água?

Há exatos 70 anos, uma gigantesca tempestade, seguida de transbordamentos e de uma inundação nunca vistos até então, deixou um rastro de destruição e morte. Até hoje, a tromba d’água de 1949 é a maior tragédia provocada por fatores naturais nos 144 anos de história de Americana.

A história da tromba d’água que chegou até os dias de hoje repete o roteiro de outros fatos que marcaram a memória da cidade. Começa com alguns poucos recortes de publicações da época, passa por uma série de relatos orais fantasiosos e mais preocupados com a romantização dos fatos, e, por fim, se consolida com a eterna reprodução de narrativas que falseiam os fatos reais.

Um detalhe marcante da história da tromba d’água é a presença de um circo no palco da tragédia. Corrigindo, não era apenas “um” circo, mas sim um dos maiores e melhores circos do Brasil à época, o Circo Teatro Universal, com mais de 70 componentes, incluindo artistas reconhecidos entre os mais célebres da história do circo brasileiro.

Talvez pelo caráter nômade do circo, sem maiores vínculos com a cidade, e pelo preconceito típico da sociedade provinciana da época em relação a artistas e “forasteiros”, o fato é que o Universal foi colocado em posição periférica nas narrativas sobre o episódio de 1949, mesmo tendo enfrentado a pior parte da catástrofe – além de estar instalado no local mais afetado pela tromba d’água e pela inundação, a maioria de seus artistas se encontrava desprotegida em frágeis barracas armadas ao seu redor.

A exceção, alimentada pela natureza inusitada da história, foi o papel de um palhaço do circo, que teria ajudado a salvar a vida de vários companheiros antes de sucumbir à tromba d’água e virar nome de rua em Americana.

A verdade, porém, é que os palhaços do Circo Teatro Universal se encontravam distantes do centro dos acontecimentos na noite de 12 de dezembro de 1949, e portanto não poderiam ter participado do salvamento.

Outra certeza é que nem mesmo uma tromba d’água houve. Entretanto, passados 70 anos de repetições da lenda, é tarefa ingrata tentar alterar a marca registrada do episódio.

Os detalhes da noite de 12 de dezembro de 1949 em Americana, incluindo seus antecedentes e sua repercussão, e a história dos principais envolvidos, são apresentados a seguir.

CLIQUE PARA LER ESTE ARTIGO NA ÍNTEGRA.

 

Related posts

Palhaço

circon

O circo entra na escola: as manifestações circenses em uma escola pública na cidade de Juiz de Fora/MG (pdf)

Silva

Artes circenses na UTFPR: relato de proposta pedagógica multidisciplinar (pdf)

circon

Leave a Comment