GOMES, Beatriz Abreu. Arte e resistência: o circo brasileiro como ferramenta de afirmação social dos corpos marginalizados na contemporaneidade. In: XV ENECULT – encontro de estudos multidisciplinares em cultura, Salvador, p. 01-11, ago. 2019.
RESUMO: As sociedades contemporâneas caracterizam-se, quase que em sua totalidade, pela lógica capitalista eurocêntrica moderna. Constituíram-se a partir de um pensamento excludente, que ocasionou um processo de desfacelamento das estruturas ditas como “inferiores”, “tradicionais”, “irracionais” e, portanto, “primitivas”. Ideologia que culminou e culmina ainda hoje, através da colonialidade, no apagamento das referências que ligam os indivíduos marginais e grupos marginalizados ao seu mundo social e cultural, provocando, em muitas sociedades, uma crise de identidade cultural. Dentre as tentativas de romper essa lógica e buscar outras ações e linhas de fuga, podemos destacar a arte circense na afirmação dos corpos marginalizados. O objetivo desse trabalho é apresentar e discutir os desafios da arte circense em encontrar meios e maneiras de trabalhar, criar e sobreviver, mesmo estando enlaçado a um sistema que apaga e violenta tudo o que se contrapõe à sua ordem. Nesse sentido, pretende-se mostrar, como a atividade circense no Brasil, através de diversas ações culturais, tem sido uma ferramenta utilizada para a afirmação social dos corpos marginais.