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Arte sobre panos. Performances modernas desenvolvem acrobacias sobre tecidos

O tecido acrobático consiste em uma prática circense relativamente recente, que deriva da modernidade, característica do circo contemporâneo. A primeira apresentação veiculada pela mídia de que se tem notícia foi realizada pelo Cirque de Soleil, em 1995.

A atividade também conhecida por tecido circense, tecido aéreo, tissu aéreo, seda aérea ou cortina aérea se utiliza de um pedaço de pano, em geral do tipo liganete,de comprimento correspondente ao dobro do espaço em que será praticado. Este tecido é dobrado ao meio por meio de um nó específico, de forma a possibilitar por intermédio de uma faixa e mosquete de segurança, a fixação do material. A partir desta estrutura fixa, duas pontas longas ficam pendidas, nelas o acrobata desenvolve uma performance artística.

Segundo o relatório de Iniciação Científica: Metodologia de ensino de acrobacias aéreas no tecido circense, elaborado pela graduanda em Dança na Unicamp,Cleonice de Paula Pereira, as origens da prática circense não são oficiais. “Existem diversas explicações que buscam datar a origem da acrobacia em tecidos,mas nenhuma é de fato, constatada”,afirma Cleonice.

Conforme o relatório, a primeira das versões não oficiais é de que os chineses já realizavam acrobacias sobre a seda há 5000 anos atrás. Uma outra visão revela que a prática teria sido inspirada, na corda indiana. Há ainda a hipótese de que um francês, de nome desconhecido teria desenvolvido trabalhos acrobáticos na seda, iniciados com experimentos a partir de correntes e uma última versão, a do ex-proprietário do Circo Escola picadeiro e Presidente da ABRACIRCO que mostra o desenvolvimento da prática de tecido acrobático em 1996, onde seu criador, o francês Gerrad Frazoly, professor do Centre National dês Arts du Cirque, teria iniciado experimentações.

A acrobata e professora de tecido circense do Projeto de Extensão da Unicamp, Elisângela Ilkiu atenta para os benefícios que a prática circense traz ao corpo. “O tecido desenvolve a flexibilidade, a coordenação motora e traz condicionamento físico”, explica ela. Elisângela esclarece que não existem restrições referentes à faixa etária e o biótipo dos alunos, mas ressalva: “Pessoas que apresentam sobrepeso tem dificuldades para suportar o próprio peso e desta forma, realizar as acrobacias no tecido”.
O circo apresenta a característica da transmissão oral, repassada de geração a geração.

O tecido acrobático não foge à regra e devido a isso até hoje não estabeleceu uma nomenclatura universal. Os nomes atribuídos aos elementos acrobáticos sofrem variações nas mais diversas localidades em que a atividade se estabelece.O caráter das performances que envolvem tecido acrobático se modificou ao longo dos anos, afirma Elisangela Ilkiu.”No início eram simples acrobacias sobre panos, hoje a prática de tecido é uma arte, que integra teatro, dança e outras formas de expressão em um único contexto”, conclui.

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