Baseado em: Os 12 Estágios da Jornada do Heroi
(Teoria de Joseph Campbell)
1 – Mundo Comum – O mundo normal do heroi antes da história começar.
Comentário: Ninguém nasce sabendo-se artista, o bebê chora quando quer comer, mas às vezes o choro já é afinado…
2 – O Chamado da Aventura – Um problema se apresenta ao heroi: um desafio ou a aventura.
Comentário: … é, geralmente, uma inquietação… um excesso de emoção, uma visão diferente sobre o mundo, sobre as pessoas, sobre o trabalho…. um desejo de compreender de onde vem isso tudo e dizer algo a respeito.
3 – Reticência do Herói ou Recusa do Chamado – O herói recusa ou demora a aceitar o desafio ou aventura, geralmente porque tem medo.
Comentário: …Às vezes faz terapias… consulta psicólogos… tarólogos…
4 – Encontro com o mentor ou Ajuda Sobrenatural – O heroi encontra um mentor que o faz aceitar o chamado e o informa e treina para sua aventura.
Comentário: Então chega alguém que, sabendo de seu histórico e acreditando na inquietação de artista, faz uma provocação (que também pode ser uma encomenda). Finalmente acredita-se: alguém vê o que você, artista, está vendo. Essa pessoa estimula, dá esperanças… “bota fé no seu trabalho”.
5 – Cruzamento do Primeiro Portal – O heroi abandona o mundo comum para entrar no mundo especial ou mágico.
Comentário: Era o impulso que faltava, o artista se joga no projeto artístico, pesquisa, cria, sonha acordado, as coisas vão acontecendo como que por mágica, ocorrem as sincronicidades… (meu Deus… isso de sincronicidade existe mesmo? Jung chama também de “coincidência significativa”… se é significativa e vem de uma autoridade… a gente presta atenção!)
6 – Provações, aliados e inimigos ou A Barriga da Baleia – O herói enfrenta testes, encontra aliados e enfrenta inimigos, de forma que aprende as regras do mundo especial.
Comentário: Nesse ínterim, acontece de tudo: ideias fluem; a criação acontece; chega ao papel; passa pelo teste do gosto individual; pela auto-critica (pior inimigo); pela análise dos colaboradores e parceiros; registra-se a autoria… aprende-se que nem tudo deve ser dito e que, algumas coisas, precisam ser acalentadas até o fim.
7 – Aproximação – O heroi tem êxitos durante as provações
Comentário: A sincronicidade continua, coisas acontecem que apontam: “o caminho é certo” ou “parece que vai ser fácil!”
8 – Provação difícil ou traumática – A maior crise da aventura, de vida ou morte.
Comentário: É quando aquele Mentor, que te estimulou, acreditou, te fez partir para a aventura, confiou e traçou planos para a concretização do seu sonho, tropeça… (tropeçar é comum a todo ser humano, algo corriqueiro mesmo) de repente ele não pode mais estar com você e parece que as sincronicidades se foram, a inspiração trincou, a ponte ruiu… e agora José? Resta o artista-criador, acordado do sonho, com todo aquele material nas mãos, sem saber para que lado correr…
Infelizmente “Artista Criador” não é sinônimo de Agenciador, Captador, Produtor, Assessor de Imprensa, Contador…
9 – Recompensa – O heroi enfrentou a morte, se sobrepõe ao seu medo e agora ganha uma recompensa (o elixir).
Comentário: Ok, ou enfrenta ou enfrenta! Assumindo todas as facetas, o “Artista-Criador” decide acreditar, auto estimular-se, buscar os meios inscrevendo o projeto em editais, buscando parcerias, captando recursos, produzindo, realizando… a recompensa vem aos poucos, passo a passo, e é muito comemorada já na primeira etapa, quando o novo empreendedor vence um edital ou recebe aprovação para captação de recursos através de Leis de Incentivo… que “aimeupai”… é só a ponta do iceberg, o triunfo é passageiro, muitos empresários ainda não estão familiarizados com o velho/novo estímulo.
10 – O Caminho de Volta – O heroi deve voltar para o mundo comum.
Comentário: E então o artista volta para o mundo comum, agora é o gerenciador do projeto, precisa promover parcerias, falar fluentemente sobre marketing cultural, descobrir o perfil dos possíveis apoiadores, divulgar… e esquecer a inquietação por uns tempos, pois nesse campo raramente cabe poesia!
11 – Ressurreição do Herói – Outro teste no qual o heroi enfrenta a morte, e deve usar tudo que foi aprendido.
Comentário: É tempo de reavaliar suas ideologias (morte e renascimento) e usar todas as ferramentas que acumulou durante a existência, em favor da realização de algo maior… “Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás (Che Guevara).
12 – Regresso com o Elixir – O heroi volta para casa com o “elixir“, e o usa para ajudar todos no mundo comum.
Comentário: Esse é o final feliz. Quando o artista consegue um patrocinador que compreende e identifica-se com a obra artística. Percebe que a parceria beneficia a todos, e permite que o artista realize seu trabalho conforme planejado, permanecendo, lado a lado, colhendo os frutos da vitória de ambos. Uma vitória que se estende para o público e a Cultura Nacional.