No dia 10 de dezembro, não se sabe muito bem o porque, comemoramos o “Dia do Palhaço”. Essa mesma data é usada por alguns outros paises, principalmente de língua espanhola. Já na Inglaterra, o dia do palhaço se celebra geralmente em março: é o famoso “Red Nose Day”. Voltando ao Brasil, não podemos esquecer que no dia 27 de março se celebra o “Dia Nacional do Circo” e, como essa data foi escolhida em homenagem ao palhaço “Piolin” (é sua data de nascimento), muitos palhaços aproveitam para celebrar.
Mas, enfim, o que é o palhaço?
O palhaço pode ser considerado uma “figura” mutante que, durante mais de quatro mil anos, foi se transformando, dependendo da região e da época, até chegar a essa multiplicidade de estilos que apresenta nos dias de hoje.
Entre os tipos mais conhecidos estão os “bobos da corte”, ou bufões, da Idade Média. Também famosos são os “palhaços” da Commedia Dell’Arte, principalmente Arlequim (espertalhão e atrevido de roupas remendadas) e Pierrot (o romântico e ingênuo palhaço de roupas brancas).
Depois, já no circo moderno, que nasceu há pouco mais de 2 séculos, os palhaços aparecem mais ou menos como os conhecemos nos dias atuais. A clássica dupla de palhaços, formada por dois tipos, o “clown” e o “augusto”, é a mais comum forma de se ver palhaços em circos. O “clown” , também conhecido como “branco”, normalmente tem um humor refinado, é inteligente e pretende estabelecer a ordem. Sua roupa pode ser um bonito conjunto de lantejoulas com um chapéu em forma de cone ou um fraque em branco e preto com cartola. Geralmente a maquiagem do “clown” é toda branca, com linhas pretas, principalmente criando uma sobrancelha diferente. Já o “augusto”, contraponto do “clown”, é o palhaço que cria a bagunça; é exagerado e brincalhão; costuma ter uma maquiagem mais colorida, modificando seu rosto, e o famoso nariz vermelho, que não é usado pelo “clown”. As roupas do augusto também são coloridas (muitas vezes em estampa xadrez), e parece que não foram feitas pra ele, podendo ser grandes ou pequenas.
Também temos o palhaço “tramp” (vagabundo, em inglês) ou “hobo”. Seu estilo é muito parecido com o que apresentava Charles Chaplin, de uma graça suave e lírica, pensativo e atrapalhado, quase sempre sozinho. A maquiagem do vagabundo, geralmente, apresenta uma barba por fazer e boca e olhos contornados com branco. O figurino é de uma pessoa que vive na rua, baseada principalmente nos andarilhos do início do século XX. Também sozinho aparece o “excêntrico”, um tipo de palhaço que se parece ao augusto mas mais inteligente e atrevido. Pode ter todo tipo de figurinos estranhos. O próprio nome diz que ele tem um comportamento excêntrico, fora do normal, fora das regras. E ainda o “palhaço de personagem” que se apresenta com um figurino e atitudes que lembram ou satirizam as roupas usadas em algumas profissões ou atividades, como cozinheiros, soldados, bombeiros, jogador de golfe etc.
Hoje em dia o palhaço está presente em numerosas situações de nossa vida, desde festas de aniversário (geralmente não são palhaços de verdade e usam perucas coloridas, macacões com estampas e outros objetos), nos hospitais (onde usam uma maquiagem mais suave, nariz vermelho e o guarda-pó branco sobre a roupa colorida), nos teatros, cinemas, ruas mas, principalmente, ainda, nos circos.
Atualmente, no Brasil, usamos duas palavras para definir essa “figura milenar”: “palhaço” que vem do italiano “paglia” e “clown”, palavra inglesa que, neste caso, não se relaciona com o tipo “clown” mencionado anteriormente e deriva de “cloud”, algo como “caipira”, em inglês.
Essas são apenas algumas figuras de palhaços que podemos encontram em “cena”, considerando cena qualquer lugar onde um palhaço se apresente para seu público. Como dissemos no início, os palhaços se adaptam a cada situação e assim, hoje em dia, podemos encontrar palhaços vestindo-se de muitas maneiras diferentes, com ou sem roupas coloridas, com ou sem o nariz vermelho, e todos esses tipos já citados se misturam e se recriam, ficando difícil defini-los. De qualquer maneira, o mais importante os palhaços do mundo já nos ensinaram: “rir é o melhor remédio!”.