Galã de picadeiro, Walter de Almeida será homenageado em noite circense
Espetáculo acontece em 2 de abril de 2011, às 20h, sob uma lona armada na Fazenda Pau D’Alho- Campinas (SP)
25/03/2011 – 18:00
Apesar da estatura baixa (não passa de 1,6m), seo Walter de Almeida, do Circo Teatro Irmãos Almeida, ainda se faz um galã. Por sinal, como os que viveu, mesmo por mentirinha, sob a lona de sua companhia durante bons atos da vida. A voz bem empostada, marca crucial dos dias de picadeiro, está sempre a serviço de convites, como o de um simples cafezinho. Quem suspirou com os papéis dramáticos de seo Walter (ao lado, com a mulher Paulina), terá a oportunidade de voltar ao circo e revê-los.
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Afinal, em 2 de abril de 2011, às 20h, o multiartista circense será homenageado durante o evento “Reviva Circo Teatro Irmãos Almeida”. Para abrigar a noitada, um circo (com picadeiro e tudo) será armado na Fazenda Pau D’Alho, em Campinas. Nesta sessão, não haverá cobrança de bilhete. No entanto, o espectador tem de confirmar a presença até a próxima segunda (28) pelo e-mail ana@supertendas.com.br ou (19) 3256-5141 (horário comercial).
Lá como cá, a estrela da noite será Walter de Almeida, de 86 anos. Na ocasião, o multiartista brinda a plateia com canções circenses emblemáticas. Para começar, duas que tratam da vida mambembe do circense: “Artista de Circo”, de Tonico e Tinoco; e “Vida de Artista”, tango de Maria Zan e Luiz Vieira Filho. O último, atuou sob a lona dos Almeidas. “Foi um grande cenógrafo e encenador. Os cenários dele valiam por personagens nas peças”, conta Walter.
Não dá para falar de dramaturgia de picadeiro sem mencionar o drama “O Ébrio”, de Gilda de Abreu. No cinema, a canção foi entoada por nada menos do que Vicente Celestino, casado com Gilda; já no Circo Irmãos Almeida, por seo Walter. Na pele do galã Gilberto Silva, o circense relembrará a música. Basta mencioná-la para brotar o entusiasmo: “Tornei-me um ébrio e na bebida busco esquecer, aquela ingrata que me amava…”, cantarola. Entre uma canção e outra, o poema caipira “Pitoco”, declamado na voz do artista, traz à plateia a história de um cachorro durante a noite de Natal.
A fim de celebrar o término de seu ato na noite, Walter de Almeida escolheu a canção predileta. Não só dele, mas de boa parte do público cativo do seu circo: “Mestiça”. Para cantá-la, o circense terá de vestir a casaca do Luiz, o Feitor. “Esta música narra o momento em que ele canta para a mestiça, que está amarrada no tronco. Nesta parte, era uma choradeira no circo…”, lembra.
Após o primeiro ato de cantoria, a cena do Circo Teatro Irmãos Almeida será povoada pela Cia. do Circo, tradicional trupe circense, que reúne artistas das famílias Orteney e Brede. No programa, esquetes de palhaços, malabarismo, mágica, mastro, icario e lira. Não só os olhos poderão ser recheados de circo nesta noite. O paladar também: pipoca, refrigerante e algodão doce serão servidos ao público.
História
Walter de Almeida nasceu com serragem nas veias. Neto de artista mambembe, natural da China, o circense esteve até 1975 na intinerância circense. Manteve ao lado dos irmãos Alfredo (Fredô) e Abegair (Nhá Tica), o Circo Teatro Irmãos Almeida (dedicado exclusivamente ao teatro dentro do picadeiro), referência no Interior paulista. Radicado exclusivamente em Campinas, entre as décadas de 60 e meados 70, a companhia recebeu convidado ilustres como Luiz Gonzaga, Cascatinha & Inhana, Tonico e Tinoco, Vicente Celestino, Os Trapalhões e Mazzaropi.