Me lembro de um tempo em que Circo era aquela lona imensa armada na Praça Onze, e os circenses, um mundo à parte de tudo. Maravilhoso, surpreendente, mas à parte. Mágico, misterioso e inacessível. Já o teatro não: teatro era moda. Todo mundo ia e muita gente fazia. Todo colégio que prestasse tinha pelo menos um grupo em atividade…
Já o teatro não: teatro era moda. Todo mundo ia e muita gente fazia. Todo colégio que prestasse tinha pelo menos um grupo em atividade. Fazia-se teatro nas igrejas, nos prédios, nos bairros. Onde jovens se encontrassem, havia um grupo de teatro … E o grande barato era fazer parte de um grupo.
A direção era coletiva e na maioria das vezes o texto também. E quem fazia teatro vivia indo ao teatro. Hoje é Dia de Rock lotava, e os amigos disputavam quem já tinha assistido mais vezes. Vi Gracias Señor do Oficina, e nunca vou me esquecer da incrível sensação de passar do balcão do Teatro Mesbla direto para o palco, segurando uma corda. O teatro na década de 70 era participativo. Ninguém falava em “interativo”, a palavra era participação. E tome água na cara, beijos, flores para o público, e muitos abraços, que na década de 70 todo mundo se abraçava muito … Tempos do “desbunde” e de muito amor.
Eu não tinha a menor idéia de como aquilo começara. Só mais tarde fui saber da importância do A Comunidade1, um grupo de artistas que abandonou os Teatros formais e foi para o MAM, misturando palco e platéia, rompendo com a frontalidade e a verticalidade da cena italiana. Não vi SOMMA – os melhores anos das nossas vidas, e fiquei enlouquecida. O espetáculo era um desbunde. A ordem das cenas mudava a cada dia, cada espetáculo era único. A platéia participava intensamente e se misturava com os atores pelo palco e pelos camarins. Mas a censura pegou pesado e o espetáculo foi proibido depois de 15 sessões. Eu não vi, mas me lembro que foi nessa época que ouvi falar pela primeira vez de Amir Haddad.
Amir foi um guru. (E ainda é, ah … ainda é!). Diretor bem sucedido rompeu com o teatrão e foi trabalhar com jovens artistas, pesquisando linguagens, rein¬ventando a cena e experimentando sem parar. O grupo que ele dirigia se instalou no Teatro Cacilda Becker (fazendo jus ao nome de Centro Experimental Cacilda Becker) e foi lá que eles inventaram a moda de ensaiar nas ruas. E daí começou o Teatro de Rua e o Grupo Tá Na Rua.
Tempos interessantíssimos. Valia tudo. A palavra de ordem era “experimentação”. Descobria-se o corpo com os exercícios de “expressão corporal”. E viva Klaus e Angel Vianna, Nelly Laport e Graciela Figueroa! Viva os mestres do movimento!
O mais característico do teatro dos anos 70 era a liberdade para buscar novos caminhos. Ninguém seguia regras. Valia se inspirar nas tradições do cordel, da revista, garimpar textos poloneses, dançar e cantar em cena, mergulhar no teatro psicológico e se esbaldar em comédias rasgadas. Sufocados pelos tristes e tenebrosos tempos da ditadura, os artistas começaram a perceber que o teatro não mudava o mundo, mas que era muito bom partilhar inquietações … O teatro político de resistência começava a conviver, nem sempre em harmonia, com a turma do desbunde …. E as mesas do Tratoria, do Acapulco ou do EI Faro se transformavam em campos de batalha entre os que que¬riam discutir a função social do artista e os que queriam falar do teatro como caminho para a expressão do indivíduo. Poucos percebiam que era possível juntar tudo … E haja chope e baseado para dar conta de tanta efervescência criativa …
As grandes mudanças se deram em três frentes indissoluvelmente relacionadas: a estética, o processo de criação e as relações de produção. Foi lá nos anos 70 que a idéia de um grupo de artistas unidos por um projeto e que dividiam a bilheteria em percentuais se consolidou. E haja reunião para discutir se algumas funções teriam um percentual maior ou se o mais justo era a divisão igualitária… Na época nos chamávamos de Alternativos. Éramos um Movimento e tome reunião na Casa do Estudante… Grupos surgiam, se desmanchavam em novos grupos e tome exercício, laboratório, ficar nu porque o corpo e a alma eram um só e um artista não podia ter pudores de pequeno-burgueses. As improvisações duravam horas e lia-se muito: Grotowski, Brecht e, um pouco mais tarde, Eugênio Barba e tudo do Odin Theatre. Todo mundo viu Maria e Seus Cinco Filhos e descobriu a riqueza e a beleza do universo de João Siqueira 2. A galera Zona Sul pirou vendo Luiz Mendonça 3 apresentando Madame Satã como ator. Até que surgiu um grupo de nome esquisitíssimo com um espetáculo hilário, que não propunha nada mas que mudou tudo: Asdrúbal Trouxe o Trombone, apresentando O Inspetor Geral!
Asdrúbal foi um fenômeno! Um grupo jovem que estourou no primeiro espetá¬culo e acabou levando multidões ao te¬atro em todo o país. O movimento agora era nacional. Os Alternativos faziam su¬cesso e provavam a viabilidade de uma nova estrutura de produção. Havia no ar um jeito novo de ser empreendedor. Ousadia dava lucro, e era possível viver de teatro com uma produção independente, cooperativada e solidária.
No inicio dos anos 80, os maiores sucessos de bilheteria eram espetáculos de grupo, e os prêmios oficiais reconheciam o talento de uma nova geração que chegava…
Foi a partir do sucesso do Asdrúbal que uma galera empreendedora e louca (Perfeito Fortuna à frente) resolveu, em 1982, criar o Circo Voador.
A Escola de Circo. Enquanto isso, o circo tradicional vivia uma crise, precisava renovar seus artistas, e Luiz Olimecha lutava para criar a Escola Nacional de Circo. Um espaço de alto nível onde os filhos de circenses aprenderiam números tradicionais que estavam desaparecendo. Seria a primeira escola oficial da América do Sul, com os melhores professores recrutados entre os profissionais de circo de todo o país, e com instalações moderníssimas.
Orlando Miranda, presidente do Instituto Nacional de Artes Cênicas, comprou a briga e conseguiu: depois de anos de batalha, a Escola Nacional de Circo foi inaugurada no dia 13 de maio de 1982. Mas o que é que uma coisa tem a ver com a outra??? Teatro alternativo e a criação de uma escola para ensinar as milenares artes circenses??? Pois foi essa mistura de tradição e modernidade que acabou dando nestes grupos e artistas que fazem parte deste catálogo. E tudo começou no mesmo ano: 1982.
O Circo Voador. Meninos, eu vi! Vi a lona sendo armada no Arpoador. O Cir¬co Voador juntando rock, dança, teatro e circo. Manhas e Manias, Banduendes por Acaso Estrelados e os poetas do Beijo na Boca e Sem Vergonha, inaugurando, em 15 de janeiro de 1982, uma nova era na cidade. Caetano, eufórico, feliz: “Este circo está lindo, tem tudo para levantar vôo…”. E Perfeito Fortuna organizando, anárquica e amorosamente, a desordem criativa de toda uma geração.
Breno Moroni e Malu Morenah tomando a rua e ensinando técnicas de circo e de dublê. Vi gente pegando fogo, rolando escadas, descobrindo o prazer de ser au¬daz e intrépido. O verão de 82 mudou a cara desta cidade para sempre.
Depois, veio o rapa, e a lona foi para a Lapa, com a Surpreendamental Parada Voadora. E o projeto de fazer da abandonada Fundição Progresso uma casa de todos os malucos foi virando realidade.
A Rua. A geração que tinha descoberto o prazer do corpo em movimento descobriu a sabedoria da rua e passou a venerar os artistas que nela se apresentavam.
Abrimos aqui um parágrafo especial. Momento de homenagem a um ícone dos anos 80, alguém que transformou para sempre o conceito do que é um grande artista. Vamos pôr seu nome em maiúsculas, e tirar o nosso chapéu em homenagem ao TIGRE.
Artista de Rua, completo, sublime, Tigre dominava seu público com a agilidade e a picardia de um charlatão medieval. A arte de entreter uma platéia de passantes, de paralisá-los por horas a fio, de manter a energia da roda, lhe foi passada nessa corrente mágica que atravessa os tempos, capaz de fazer, de um mulato brasileiro do final do século XX, um herdeiro direto de Tabarin, artista de rua do século XVI.
Pois é, Tigre vivia da rua, do dinheiro miúdo que pingava em seu chapéu-coco. Como ele, sempre existiram outros tantos nas praças desse Brasil. Na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, eles podem ser encontrados no Largo da Carioca, na Praça Quinze, na Feira de São Cristóvão, ou em qualquer outro espaço de encontro em que multidões circulam frenéticas, mas onde ainda é possível ficar parado, de pé, de bobeira, ouvindo uma dupla de embolada, admirando um louco que salta um aro cheio de facas, descobrindo qual a melhor erva para curar lumbago, ou admirando, num misto de nojo e encan¬tamento, um comedor de vidro.
Tigre era um pirofagista ou, como diz o decreto que regulamenta a profissão de artista, um comedor de fogo, aquele que “introduz e expele fogo pela boca, utilizando-se de tochas, acendendo-as e apagando-as sucessivamente; faz também demonstrações de insensibilidade epidérmica ao fogo”. Mas isso não tinha a menor importância. Como todo bom artista de rua, seu espetáculo não era a demonstração de perícia em alguma proeza específica. O grande barato era a sua habilidade em nos manter ali, completamente absortos na roda, presos ao magnetismo do artista que nos entreti¬nha com piadas improvisadas na hora, comentários de ocasião e a promessa de que logo, logo veríamos alguma coisa absolutamente inusitada.
Meninos, eu vi! Quantas e quantas vezes fiquei lá, feito uma tonta, parada nas escadarias da Câmara dos Vereadores, a boca aberta, basbaque, esquecida da hora, vendo Tigre, o encantador de gentes…
Em torno da roda, extasiados, estavam Perfeito, Breno, Malu, João Carlos da Cia. Aérea, Mariozin do Teatro de Roda, João Siqueira, José Lavigne, Márcio Trigo e toda a turma do Manhas e Manias, Amir Haddad e tanta, tanta gente que queria fazer coisas diferentes de um modo diferente, e que, através do Tigre e de seus companheiros, compreendeu ali, naquela roda, o quão grande é o mundo, o quão efêmero é o tempo, o quanto pode a vontade quando ela é a expressão generosa de toda uma geração.
A grande soma de tudo: um ban¬do de intrépidos. Este catálogo é uma boa mostra do que deu misturar a tradição milenar do circo e da rua com a ansiedade de uma geração que queria se mudar para mudar o mundo. Modernos, antenados, conectados e profundamente interessados em contribuir para manter a cadeia mágica que liga todos os homens através dos tempos: a tradição de se exibir para partilhar com o outro o seu prazer de fazer coisas inusitadas… O que é o artista, senão alguém que se expõe para que o encontro entre todos os membros da tribo se dê através do ritual mágico do espetáculo?
E nada mais espetacular do que o Circo. Festival de proezas e ousadias, espaço ideal para as evoluções de homens e mulheres intrépidos!
Em 1986, o Circo Voador era um sucesso total. Casa de shows onde se apresenta¬vam os maiores nomes da música e se lançavam as jovens bandas de rock que de lá iam estourar por todo o país. Era também um centro de oficinas de teatro e dança, um espaço de resgate da ga¬fieira e das grandes orquestras, um lugar para se começar um projeto de hortas comunitárias, uma creche diferente.. Enfim: o Circo era a casa de todo mundo que fazia, queria fazer e curtia ver os outros fazendo coisas interessantes.
No verão, nas areias do Posto 9, Perfeito Fortuna e Jorginho de Carvalho tiveram um papo que mudou a história do circo no país. Foi sob o sol de Ipanema que eles se deram conta que aquele era o ano de Copa do Mundo. A seleção brasileira ia para o México e eles queriam ir também. Mas como? Papo vai, papo vem, no melhor estilo empreendedor carioca, ali mesmo, eles desenharam o projeto Circo Voador no México: montar uma lona que levasse ao México a cultura brasileira. Logo conseguiram os primeiros apoios, e o projeto foi crescendo. Orlando Miranda (sempre presente) gostou da idéia e conseguiu sensibilizar o Governo Sarney, que ajudou a montar a rede de patrocinadores. Só tinha um problema: o México é um país apaixonado por circo, e lá ninguém compreenderia o nome Circo Voador sem espetáculos de circo, só com shows de música e teatro.
Mas isso não era um problema para voa¬dores: bastava montar uma trupe, pegar alguns alunos recém formados da Escola Nacional de Circo, juntar com a galera do Manhas e Manias, do Abracadabra, gente do Coringa de Graciela Figueroa, e pronto. Dalmo Cordeiro ficou encarre¬gado de arregimentar a trupe, e a notícia se espalhou. Fernando Neder veio lá do Recife e trouxe um nome genial: International lntrépida Trupe. E o bando todo, uma mistureba de artistas de todos os matizes e formações, se mandou para o México num avião de carga da FAB.
Lá, pela primeira vez, Vanda Jacques, Beth Martins, Dani Lima, Fernando Neder, AI¬berto Magalhães, Paulinho Dias, Rachel e Ana Rache, Michael Rodrigues e Dalmo Cordeiro se apresentaram juntos. O projeto do Circo Voador não deu muito certo, o local era longe, a divulgação teve problemas, os patrocinadores começaram a dar para trás, mas aquela galera viveu mo¬mentos únicos em Guadalajara e, quando voltou para o Rio, já tinha decidido criar um grupo: a Intrépida Trupe.
Aos “mexicanos” se somaram logo a inglesa Felicity Simpson, o colombiano Hector Combo, Renato Coelho e os cariocas Ricardo Camilo e Claudia Goudá, a Passari¬nho. Mas foi em outubro, numa festa no sambódromo, que a equipe Intrépida se completou com a chegada dos palhaços Xuxu (Luiz Carlos Vasconcellos), Piro Piro (Geraldin Miranda) e Dudu (Eduardo An¬drade). Ali, tinha início uma nova fase do circo no Rio de Janeiro e no Brasil.
Meninos, eu vi! Vi e fiquei pasma. Era circo, mas era alguma outra coisa também. Muitas outras coisas juntas. Os números entravam um por dentro do outro, se mes¬clavam. Enquanto o monociclista dançava um tango com a moça da perna de pau, os palhaços já estavam na cena, criando o clima para a entrada de três lindas nadadoras suspensas no ar. E eu que não tinha percebido o quanto de mar existe no ar…
As reações foram as mais diversas, todas intensas. “Isto não é circo”, esbravejavam alguns tradicionais. “Mas como é possível a moça se equilibrar na cabeça do rapaz?”. “Isso é circo, mas também é dança, é teatro, isso é dança-teatro-circo!”
Os fundadores da Intrépida Trupe estão por toda parte deste catálogo. E também artistas para quem o grupo foi uma inspiração fundamental: alunos da Intrépida, parceiros da Intrépida, admiradores da Intrépida.
Intrépido é o paraibano Luiz Carlos Vasconcellos, mestre Xuxu, formador e inspirador dos novos palhaços por este país. E da Paraíba veio a grande parceira Yeda Dantas, com sua Fuzarca e seus Gigantes da Lira. Foi ela quem, nos seus tempos de administradora, descobriu o quanto o espaço do Teatro Nélson Rodrigues era bom para voadores e alpinistas …
A conexão Paraiba-Rio nos trouxe ainda Geraldin Miranda, artista de tudo, referência do circo social, projeto que começou nos seus tempos de Intrépida. Pois foi a Intrépida que, em parceria com a FASE, o IBASE e o ISER, inventou o Circo Social e o Se Essa Rua Fosse Minha, lá pelos distantes idos de 1992.
Intrépidos são também os Irmãos Brothers e suas sisters. Intrépida de primeira hora é Dani Lima, que encontrou na dança sua mais completa expressão e redescobriu a arte milenar de dançar nas alturas.
A Intrépida é meio assim, mãe de tudo. Grande árvore cheia de braços e frutos…
Anônimos Meninos, eu vi! Vi mais gente chegando, sangue novo no pedaço. De perna de pau, batucando e tomando a praça. Já estavam na estrada há tempos, mas eu só vi quando o Geraldin resolveu fazer um encontro – o Circo no Circo Voador – em 1994. Lá, o Teatro de Anônimo assumiu seu lugar.
No início, foi a poesia, depois a rua, e perna de pau, e percussão. Foram para a Escola de Circo e lá viraram trapezistas de alto nível e palhaços. Grandes palhaços, generosos palhaços. Tão generosos que criaram um encontro em que todo mundo brilha e se diverte: o Anjos do Picadeiro. Com eles, o circo abraçou a rua outra vez.
Modernos saltimbancos, os Anônimos conseguem ser líricos e cômicos, simples e requintadíssimos, tudo ao mesmo tempo, tocando nossas mentes, estômagos e corações. O que é ver Angélica e Regina reinventando o trapezinho tradicional da ENC ao som de Rosa do Pixinguinha? E o abraço amigo, a bolinha, o encontro no meio do número, o giro de amor e amiza¬de? Meninos, eu vi! E revejo sempre com um intenso prazer…
Os Anônimos, como os Intrépidos, têm seus filhos, primos e parceiros. Abayomi, Cia. do Público, Cordão do Boitatá, Diadokai, é tudo uma mesma galera que partilha espaços e projetos. Generosos e solidários, esses Anônimos…
É muito significativo que os dois principais grupos do Rio de Janeiro tenham surgido no mesmo ano: 1986. E que, por caminhos tão diversos, tenham bebido nas mesmas fontes, e hoje partilhem a mesma casa. Os Anônimos vêm da Zona Norte/Centro, os Intrépidos da Zona Sul. Mas todos beberam da tradição da Escola Nacional, cresceram no Circo Voador e estão agora, com seus amigos, parceiros e com¬panheiros, juntos com Perfeito Fortuna na Fundição Progresso e neste catálogo.
Meninos, eu vi. E sei que ainda vou ver muitos mais….
Rio de Janeiro, 2 de abril de 2003.
Alice Viveiros de Castro
Acrobata mental, cúmplice e parceira, Intrépida e anônima, de coração.
É atriz e diretora de teatro. Foi vedete de teatro de revista com Luiz Mendonça, contra-mestra do Pastoril, comediante de televisão. Abraçou o circo em 1979, quando conheceu Gugu Olimecha. Militante sindical, foi conselheira INACEN representando os circenses. Virou pesquisadora, trabalhou na FUNARTE. Professora, faz casting para o Cirque de Soleil, e nunca mais deixou o picadeiro.
1. A Comunidade (1968-1970): Marcos Flacksman, Amir Haddad, Paulo Afonso Grisolli, Tite de Lemos, João Siqueira, Jacqueline Laurence, Maria Esmeralda, Roberto de Cleto, Colmar Diniz, Luiz Armando Queiroz, Joel de Carvalho, Cecília Conde, Nelly Laport entre outros.
2. João Siqueira (1941-1998): Ator, diretor e autor. Participou do A Comunidade e do Grupo Carreta. Em 1976, funda o Grupo Dia-a-Dia, estreando o espetáculo Palhaçadas. Em 1977, monta Maria e Seus Cinco Filhos, espetáculo que lhe deu o prêmio Mambembe de melhor autor, fato que se repetiria em 1981 com Honó¬rio dos Anjos e dos Diabos. Deixou escrito texto inédito sobre o palhaço Benjamin de Oliveira.
3. Luiz Mendonça (1931-1995): Diretor, autor e ator. Criou, com a família, a cidade-espetáculo de Nova Jerusalém. Organizou o CPC da UNE em Pernambuco, e depois veio para o Rio de Janeiro. Aqui, trabalhou toda a vida como diretor e ator profissional, sem nunca abandonar sua intensa relação com o teatro comunitário. Muita gente boa se revelou com o “velho”: Elba Ramalho, Tânia Alves, Fátima Valença, Nádia Carvalho, Antônio De Bonis e esta que vos escreve …
Referência Bibliográfica:
Castro, Alice Viveiros de e Libar, Márcio (organização e edição) – 1º Catálogo Carioca de Teatro de Rua e Circo Contemporâneo. Rio de Janeiro: Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro/Secretária Municipal das Culturas/Coordenação de Teatro de Rua e Circo, 2003.