O palco ficava localizado antes do picadeiro, tinha em média 70 cm de altura, na sua frente existia uma cortina, que geralmente se abria na diagonal. No proscênio havia uma pequena abertura, protegida por uma cúpula que por vezes era feito de alumínio, e que trazia escrito a palavra: “Silêncio”, principalmente nas encenações de dramas, nesse local ficava o ponto, responsável em informar o texto caso um dos atores esquecesse.
Na cenografia eram utilizados telões pintados ou simplesmente objetos para compor a cena, e às vezes os dois. Havia encenações que a cenografia não se resumia no palco, mas se estendia por quase todo o circo, é o caso do drama da Paixão de Cristo. De um Ato para outro, o maquinista que é chamado de “controlista” pelo Palhaço Pinicolino, fechava e abria às cortinas. No intervalo se tocava uma música e o locutor anunciava o início do próximo Ato, mudava-se o cenário, cuja função era destinada ao contra-regra.
Os adereços, figurinos e os cenários, eram confeccionados pelos próprios circenses, quando não, eles faziam campanhas e recebiam doações ou pegavam emprestados pela vizinhança, instituições, e etc. Como relata o palhaço Pinicolino na entrevista, sobre o antigo Circo-Teatro Canarinho, hoje chamado Circo Canarinho, ele comenta:
“… nós conseguíamos em cartórios (a cenografia), há tinha uma pessoa muito competente para conseguir. Agente conseguia coisas de igreja, roupa de padre quando tinha peças que precisava… as roupas eram emprestadas e às vezes até eles doavam pra gente, várias pessoas doou muitas coisas boa pra gente, e outros só faziam emprestar, e tinham muitos dramas mesmo que já tinham os cenários, dramas que tinham freiras, agente tinha as roupas prontinha tudo feitinha no circo mesmo, tinha quatro ou cinco malão lotado de roupa de contra-regra (figurantes), a Paixão de Cristo mesmo era todinha em cetim, todinha em cetim, coisa mais linda do mundo, as roupas dos soldados era uma coisa de você ficar de boca aberta, as roupas dos soldados da gente, aquelas roupas romanas, tudo bonita, bem feita…”
Palhaço Pinicolino