Palestra proferida no Seminário: Circo, Políticas Públicas e Economia Criativa, realizado em 25.11.2010, na Mesa: Economia Criativa.
Realização: Cooperativa Brasileira de Circo; União Brasileira de Circo Itinerante
Como resultado de aproximadamente uma década de debates e reinvindicações, em que posso destacar o I Seminário de Circo – “Direitos e Deveres”, que ocorreu em Brasília em 2002, o Seminário realizado no SEBRAE e o Encontro de Arcozelo em 2004, além de outros tantos encontros, esse novo ciclo de Seminários promovidos pela Aliança Pró-Circo deve tornar-se o maior encontro para discussão da atividade circense no Brasil. Primeiros temas : Políticas Públicas e Economia Criativa.
Faz pouco tempo que a ECONOMIA e a CULTURA se encontraram, pois a economia não se prestava a estudar ou mesmo a considerar a existência de um campo de estudo voltado a cultura, a empresas culturais.
O que havia era apenas uma ligação muito tênue da economia com as chamadas “altas artes”, mas sempre com relação ao mecenato, nunca em relação ao processo de criação artística e muito menos às artes populares, nas quais incluo as ARTES CIRCENSES, o circo propriamete dito.
Esse conceito muito novo, o de ECONOMIA CRIATIVA, nasceu no final do século XX, e a construção do conceito ainda é muito recente e talvez ainda demande alguns debates acadêmicos.
Vou me permitir usar uma definição inglesa que entende como criativas:
“Indústrias que têm sua origem na criatividade, habilidade e talento individuais e que têm um potencial para geração de empregos e riquezas por meio da geração e exploração da propriedade intelectual. Isto inclui propaganda, arquitetura, o mercado de artes e antiguidades, artesanatos, design, design de moda, filme e vídeo, software de lazer interativo, música, publicações, software e jogos de computador, televisão e rádio, e as artes cênicas, o circo.”
O CIRCO como arte popular que é, se insere sem qualquer dúvida, na categoria de empresa criativa ou indústria criativa, já que do uso da criatividade, habilidades específicas e talentos individuais como matéria-prima é que surge seu produto final, o espetáculo circense.
Invariavelmente, todos os circos com seu processo de criação do seu produto final, geram inúmeros empregos diretos e indiretos e garantem a geração de riquezas, tanto a empresários quanto a tomadores de serviços e fornecedores de bens de consumo.
Também é muito importante que o debate sempre esteja aquecido no que se refere a Política Cultural, dando maior ênfase para a construção do Plano Nacional de Circo, em todos seus eixos, principalmente nos seguintes pontos :
• Permitir aos circenses o acesso à produção, ao fomento e a circulação dos espetáculos circenses, buscando contribuir para sua sustentabilidade;;
• Proteger e promover as diversas tradições do Circo suas expressões;
• Fomentar a formação, qualificação e valorização dos profissionais de Circo;
• Desenvolver iniciativas voltadas à manutenção de núcleos artísticos com trabalho continuado, favorecendo a experimentação e a inovação artística;
• Fomentar e incentivar o desenvolvimento de pesquisas e projetos voltados para reflexão crítica, debate cênico, mapeamento e diagnóstico, divulgação e valorização da diversidade e da produção artística do Circo, bem como uma pesquisa mercadológica;
• Fomentar e incentivar a criação e inovação artística do Circo,
Desenvolver ações voltadas para o intercâmbio e a circulação internacional da produção artística do Circo!
• Fomentar projetos e ações voltados para ampliação da participação do Circo no desenvolvimento sócio-econômico.
Todos da Aliança Pró-Circo, esperamos que o movimento cresça e particularmente a UBCI, não medirá esforços para que os próximos Seminários se realizem com cada vez um maior número de participantes, mais conscientes e mais preparados para o debate.
Marlene Olimpia Querubin
Ubci
vice -presidencia
Circo Spacial
Presidencia
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