Hoje é segunda-feira, 03 de setembro de 2012, estamos com o circo de teatroTubinho montado em Pilar do Sul, estado de São Paulo.
Pilar do Sul é uma pequena cidade de aproximadamente 26.000 habitantes, fundada em 1936, e a 140 kilometros da capital, mais precisamente na região de Sorocaba.
Esta cidade acolheu nossa familia há quase dois meses, sempre com um público que praticamente lota as sessões dos finais de semana, incrivelmente no encerramento da temporada, que deve se estender mais quinze dias, o número de público atingido será quase o mesmo do número de habitantes do município.
Já realizamos muitos espetáculos por aqui, mas hoje me preparando para mais um deles destinado às escolas do município, por volta das três horas da tarde ouvi, do camarim, o “prefixo musical” que marca a abertura de nossos espetáculos.
Conferi a maquiagem, e desci da carreta rumo à lona.
Quando a gente pensa que é só mais um espetáculo, apenas mais uma função, é ai que os astros do circo se mobilizam para nos surpreender.
A comédia que apresentamos nessa tarde, é uma comédia que nos acompanha há anos, está “na ponta da lingua”, dificilmente alguma coisa poderia ser diferente.
Mas foi.
O que eu ainda não sabia, é que era um espetáculo para uma escola da cidade que trazia seus alunos especiais, com dificuldades audio visual, e o espetáculo seria traduzido simultaneamente para libras (a linguagem de sinais).
Em um primeiro momento achei engraçado, ter alguém no canto do palco, repassando por sinais cada cena da comédia.
Mas quando entrei em cena senti a responsabilidade de fazer rir aquela platéia tão rara.
É claro que nem todas as piadas surtiram o mesmo efeito, porém cada gargalhada me soava como um troféu, cada aplauso era sim muito mais especial.
Sempre tive em cena a fama de improvisar, tirar sarro mesmo de tudo que não estava combinado, mas ali foi diferente, o profissional que transmitia o espetáculo às crianças (Clécio Machado) estava tão “de verdade” que não me dei o direito de brincar com ele.
Para mim enquanto artista foi diferente e emocionante ter a prova concreta de que o trabalho que fazemos o humor simples do circo é capaz de transpor qualquer barreira.
Obrigado ao mundo do Circo por me proporcionar esses momentos, a Deus por ter colocado esse mundo em meu caminho, e às crianças de Pilar do Sul pelos sorrisos daquela tarde.
O aplauso final foi para a platéia!
Zeca (Tubinho)
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