Impetuosamente, tempestade
rompe seu poderoso cerco
na noite,
naquela noite tenebrosa
e, como um pesadelo
escuro, escabroso,
que agonia sem fim, ai de mim!
Tudo voa pelos ares: paixões,
sacos de pipoca, balões,
da minha vida as ilusões!
Só os mastros fortes
continuam, imponentes, em pé,
são, por natureza, prepotentes
sustentando sonhos e fantasias!
Até as estacas conspiram,
fogem da magia,
saltando das entranhas,
fugindo da terra molhada.
Ah! Que falta da gargalhada!
As frágeis lâmpadas das cambiaras
suspiram, iluminando a alma dos
trapezistas,
clareando estes braços fortes,
homens sonhadores, eternos lutadores!
Os bravos artistas dançam
ao redor do circo sob o luar,
ainda há esperança de um novo dia
de um novo sol brilhar!
E que enfim cesse a luta desigual
entre o circo e a tempestade,
que reste só a alegria,
reinando em soberana majestade,
revigorando a magia da caravana
partindo em nova e triunfante jornada
com o Circo Spacial!
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