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Escola, circo, formação de professores e aprendizagem integral

Na experiência que tenho na rede pública de ensino como Coordenadora Pedagógica, por diversas vezes deparei-me com a temática “circo” nos planejamentos de aula de professores de Ensino Fundamental, com as mais diversas concepções pedagógicas e educacionais.

Considerando aqui como premissa a defesa de uma educação integral que permita o desenvolvimento dos meninos e meninas em todas as suas potencialidades, relato o trabalho feito como assunto na formação continuada de educadores.

Ao utilizar a temática em meus planejamentos de formação de professores, procurei trazer à discussão um trabalho que, embora seja usual nas práticas escolares, muitas vezes se traduz num processo de “escolarização” do conteúdo, explico: O palhaço passa a ser não mais a personagem que diverte, mas o pretexto para ensinar “LH”. Equilibristas, acrobatas e contorcionista, palavras interessantes para ditar ou ainda nomes dos animais para realização de problemas matemáticos.

Minha proposta de discussão tem por objetivo analisar o que é o circo, dentro de seu contexto artístico, cultural e histórico e procurar nele as contribuições às práticas escolares.

Segundo a Unesco, a educação para o novo milênio se sustenta em quatro pilares: aprender a ser, a fazer, a conhecer e a conviver.

Ora, ao pensarmos na trajetória de uma trupe, podemos perceber que estes elementos se tornam facilmente identificáveis, o que nem sempre se consegue no contexto escolar.

Digo isso porque ser circense é ser artista além do picadeiro; é saber escolher a sua praça de acordo com o mercado, garantindo sua sobrevivência. É ser o artista que encanta no palco, mas batalha pra montar sua lona. É o negociador que convence o público da importância da sua arte.

A escola muitas vezes só consegue enxergar o circo didático. É preciso trazer para nossas salas de aula não só o circo como conteúdo, mas também como uma proposta de concepção de aprendizagem que considere o ser humano em sua totalidade.

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