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Espetáculos em benefícios ou festivais e os atuais cabarés

Primeiro os Benefícios ou Festivais
O espetáculo de benefício ou festival a favor eram práticas muito comuns realizadas pelos teatros e circos. A maioria das companhias usava deste recurso como uma forma de aumentar a renda da bilheteria, que seria revertida tanto para o proprietário como a algum artista da companhia. De qualquer forma, para um ou para outro, a população que conhecia muito esse método, em geral comparecia aos espetáculos para contribuir. Além disso, era um momento mesmo de medida do quanto o circo ou teatro tinha agradado, ou quanto o artista beneficiado era reconhecido. É claro que os empresários sempre escolhiam aqueles artistas que tinham maior prestígio ou sucesso junto ao público, podendo ser adulto ou criança.


Jornal do Commercio (RJ)
Circo Olímpico
Em Niteroi

Quarta-feira, 22 de setembro de 1847 às 7 ½ horas da noite

Benefício do jovem Thomaz

O beneficiado, certo da filantropia do respeitável público desta cidade, que atendendo à sua pouca idade,
aos seus trabalhos e ao divertimento que escolhem para apresentar em seu benefício,
espera merecer a coadjuvação do mesmo, concorrendo a este seu primeiro benefício, do que ficará eternamente grato.

1. Entrada brilhante de cinco senhoras e cinco homens

2. Saltos no chão, nos quais o beneficiado mostrará a sua grande habilidade

3. O Sr. Romão fará sobre o seu cavalo a ariscada queda quitadora.

4. Tranca espanhola executada com a planta dos pés, pelo Sr. Cruz.

5. O Sr. João Nobre, sobre o seu ligeiro cavalo, dará uma cena intitulado O caipira perdido

6. A SRa. D. Suzana aparecerá em seu cavalo Beija-Flor e dará uma linda cena.

7. Piramides do Egito executadas pelo Sr. Alexandre, nas quais mostrará o beneficiado em lindas posições.

8. Os três Hércules mostrando várias posições acadêmicas.

9. Uma apreciável cena a cavalo pelo Sr. Archer e o beneficiado.

10. Terminará o divertimento com uma pantomima intitulada:O Arlequim Enamorado

O diretor da companhia, grato ao respeitável público desta cidade,
de quem tem recebido generoso acolhimento, resolveu demorar-se mais uma semana na mesma,
apresentando os brilhantes divertimentos que lhe fôr possível.

 


Há fontes que informam que o espetáculo de benefício ou festivais faziam parte do contrato de trabalho entre o empresário e o artista. Além do valor do salário contratado, era acordado que alguns espetáculos seriam em benefício do mesmo, ou seja, a renda obtida seria do artista beneficiado.

Nos espetáculos benefícios em favor de um artista, geralmente se alterava a programação, convidando outras companhias, para chamar a atenção do público. Quando eram realizados pelas companhias teatrais, os circenses que estivessem se apresentando no local imediatamente eram convidados para compor o espetáculo, tendo em vista que a maioria da população ia ou conhecia o circo e principalmente seus artistas.


Jornal O Paiz (RJ)
Teatro Recreio Dramático

Benefício do ator França em 18 de maio de 1894
Neste benefício será apresentata a opereta A Prima da Cidade, tradução de Assis Vieira e música do maestro Cavalier Darbilly.

Participam do espetáculo nos intermédios:

– Peixoto, Colas, Pepita Anglada do Sant’Anna; “o aplaudido artista” Brandão do Apollo e “o distinto artista José Ferraz;
e as aplaudidas jovens Alzira e Euclides [apesar do jornal não mencionar,
essas jovens são artistas do circo de Frank Brown, que estava se apresentando no Teatro São Pedro de Alcântara (atual João Caetano]
INTERMÉDIO DE SENSAÇÃO, entre outros – inclusive O Jogo novo , pelo impagabilíssimo Brandão e o grande sucesso A chuva dos paraguas em que Colas, Pepita, Peixoto cantam simultaneamente em espanhol, em português e em parodias o famoso Duo DE Los Paráguas

Ainda no Intermédio de Sensação, tem-se Jogos Icarianos pelo aplaudido artista José Ferraz e
os interessantes meninos Alzira e Euclydes [aqui de novo o jornal não menciona que esses artistas, eram do circo de Frank Brown]


 

Os espetáculos de benefício ou festival, não eram apenas a favor dos empresários ou artistas. Faziam-se muitos com caráter beneficentes, ou seja, a renda era revertida em favor de entidades religiosas, civis, órfãos, viúvas, etc. Alguns benefícios eram revertidos para escolas, clubes carnavalescos, academias de ginásticas. Os circos realizavam estes espetáculos, entre várias razões, além de representar uma forma de estabelecer vínculo com as populações locais e atrair o público, também porque eram produtores importantes de toda rede social e cultural brasileira.

 


Jornal O Paiz (RJ)

Teatro São Pedro de Alcântara

Empresa Emílio Fernandes

Companhia eqüestre

HOJE sábado, 22 de maio de 1894 HOJE

Grandiosa e Variada Função! Novos Trabalhos! Novo Programa!

Espetáculo em Benefício da Viúva e Filho do falecido distinto clown BOUZAN

A companhia é composta por 50 artistas, 25 cavalos, cachorros, porcos, e cobras amestradas.

Grande concerto musical pelo célebre Tony Genázio

Desafio de salteadores em que tomam parte 12 cavalos dos mais amestrados da companhia

O transformista francês Mr. Castor que representa instantaneamente os retratos de altos personagens, tanto estrangeiros como brasileiros, inclusive o “inclyto” Marechal Floriano Peixoto, Tiradentes e outros.

Os barristas Décio e Castanhera

O voador Eug. Francisco que pela primeira vez dará duplo salto mortal de trapézio em trapézio

O cavalo Blondin em espetacular apresentação

A menina Alzia estreia trapézio ambulante em toda altura do teatro.

Termina a segunda parte do programa com a apresentação da

Jornal Diário de Minas (BH)
Circo Zoológico Brasileiro
HOJE 17 de agosto de 1889 HOJE

Espetáculo em Benefício da Capela de Santa EfigênicaTrabalhos novos e ensaiados especialmente para esta função.O domador Deolindo exporá o Tigre, exibindo diversos trabalhados com este feroz animal.O PALHAÇO BENJAMIM DE OLIVEIRA reserva para esta noite um lundu baiano de fazer cócegas à platéia, além de xistosas pilhérias com que vai deleitar o Zé Povo desta CapitalAlém da banda de música da Companhia, tocará a do 1° Batalhão de Polícia.

Às horas de costume.


Jornal O Paiz (RJ)
Circo Spinelli

 Companhia eqüestre nacional da Capital Federal

Boulevard S. Cristovão

Diretor e proprietário Affonso Spinelli

HOJE 26 de junho de 1908 HOJE

Noite Maravilhosa! Assombroso espetáculo! Grandioso sucesso!

Majestosa função em benefício do invicto Clube Carnavalesco LUZ DO POVO, da Cidade Nova

Nesse espetáculo se fará representar na segunda parte, A INÚMEROS PEDIDDOS, a emocionante farsa em um prólogo e três quadros: Filha do Campo , produção de Benjamim de Oliveira e Francisco Guimarães (o Vagalume) ornada com lindos números de música, a qual terminará com uma esplendia APOTEOSE.

A diretoria do clube, gentilmente agradece desde já aos seus dignos sócios e ao púlbico em geral desta localidade, que concorrerem para o brilhantismo de sua festa.

O resto de bilhetes acha-se à venda na bilheteria do circo, das 6 horas da tarde em diante.


Jornal O Paiz (RJ)
Circo Spinelli

Companhia eqüestre nacional da Capital Federal

Boulevard S. Cristovão

Diretor e proprietário Affonso Spinelli

15 de julho de 1908

Grande Festival dedicado ao eminente escritor brasileiro Arthur Azevedo e cujo produto é destinado à filha do saudoso escritor Martins Penna – Da. Julieta Penna e à restauração do jazigo do ator João Caetano

Nesse espetáculo se fará representar na segunda parte, A PEDIDOS, a querida farsa fantástica em dois quadros: O Negro do Frade, a qual terminará com uma linda APOTEOSE.


Jornal O Paiz (RJ)
Circo Spinelli


Companhia eqüestre nacional da Capital Federal

Boulevard S. Cristovão

Diretor e proprietário Affonso Spinelli

18 de novembro de 1908

Grande Festival em benefício dos filhos do saudoso escritor Arthur Azevedo

Nesse espetáculo se fará representar na segunda parte, a emocionante farsa fantástica em quatro atos: O Punhal de Outro ou O Diabo Negro, ornada com esplêndidos números de música.

Antes de começar o espetáculo o ilustre jornalista Agenor de Carvoliva, do Jornal do Brasil, falará ao úblico sobre a obra do pranteado comediógrafo.

Terminará esta farsa com grandiosa APOTEOSE.

Uma excelente banda militar tocará das 7 horas em diante

Tomam parte deste espetáculo toda a companhia inclusive os aplaudidos Cardona e a célebre família japonesa D. Frank Olimecha.

Aviso – as cadeiras acham-se a venda por especial favor na charutaria A Cubana da Rua Uruguaiana esquina com Ouvidor.


Jornal O Paiz (RJ)
Coluna: Artes e Artistas – 21 de novembro de 1980
 
Arthur Azevedo – O espetáculo levado a efeito no Circo Spinelli, no dia 18 do corrente, por espontânea iniciativa do diretor do mesmo circo, Sr. Affonso Spinelli, em benefício da viúva e dos filhos do pranteado escritor Arthur Azevedo, rendeu a quantia líquida e o de 791$, importância essa que foi, no dia seguinte ao do espetáculo, entregue pelo Sr. J. F. Nunes, secretário naquela casa de diversões, ao nosso colega de imprensa major Bernardo de Oliveira, que a passou às mãos da viúva do ilustre comediógrafo.

Da renda total do espetáculo foram descontados unicamente, pelo Sr. Affonso Spinelli, umas pequenas despesas, que não puderam ser evitadas.

Do benefício realizado no teatro Lucinda, não foram recebidas ainda as importâncias de 105 cadeiras e 10 camarotes, que ficaram a cargo de diversos membros da comissão, não sendo possível, por isso, determinar qual a receita total.


Alguns benefícios ou festivais, em favor de pessoas não artistas, deixavam claro o vínculo político. Apenas dois exemplos para ilustrar. O primeiro foi em 1840, na cidade do Rio de Janeiro, e o espetáculo foi realizado por uma companhia ginástica e eqüestre, dirigida pelo Sr. Bernabó, no Anfiteatro no Campo de São Cristóvão, em favor da libertação do escravo Florentino. O cartaz de propaganda do espetáculo benefício foi feito como se segue:


Domingo, 14 de junho, terá lugar o benefício para a liberdade de Florentino, homem de cor, escravo do capitão J. M. de Menezes, promovida por F. G.. Maigre Restier.


Depois de uma bela sinfonia, começará o Sr. Bernabó, diretor da companhia ginástica e eqüestre, os seguintes trabalhos:

1° A sempre aplaudida passagem dos arcos, pelo diretor, em um cavalo em pêlo.

2° Novos exercícios eqüestres, pelo jovem Francisco, seu discípulo.

3° Cena do Cossaco guerreiro, executando manobras de lança, seguindo o estilo russiano[sic].

4° Forças musculares, tanto no chão como na coluna perpendicular, pelo Hércules Brasileiro.

5° Os dois gladiadores, lutando sobre dois cavalos em pêlo; trabalho do diretor e seu discípulo.

6° Novos volteios aéreos, pelo palhaço, precedidos de algumas passagens jocosas.

7° Terminação do espetáculo; grandes pulos de Trampolim por cima de vários objetos; trabalho de Luiz Pinheiro, digno de toda atenção.

O infeliz, cuja liberdade depende da proteção do Público, no presente benefício, espera que este seja o dia de sua felicidade; e não perderá ocasião de louvar a generosidade de tantas pessoas distintas, que por ele se interessam, compadecidas de sua infeliz sorte. (Abreu, 1999, p. 232).


O segundo exemplo foi o caso de um espetáculo em benefício a João Cândido, o “Almirante Negro”, marinheiro que liderou a primeira revolta da República chamada de “Revolta da Chibata”. O anúncio do evento foi veiculado pelo jornal em 1913:


Jornal O Paiz (RJ)
Circo Spinelli

 

Companhia eqüestre nacional da Capital Federal

Boulevard S. Cristovão

Diretor e proprietário Affonso Spinelli

HOJE sexta-feira, 24 de janeiro de 1913 HOJE

Grande função em benefício do ex-marinheiro nacional

JOÃO CÂNDIDO

Com um programa cheio de novidades e atrações:

Brown and Kennedy

Originais bailarinos e cançonetistas

In luzes

Los Rosales

Extraordinários “extraordinários sugestionadores [sic], hipnotistas [sic] e ilusionistas modernos

Pery and Pery

Acrobatas e saltadores brasileiros

Termina a segunda parte do programa com o drama

O LOBO DA FAZENDA

De autoria de Benjamim de Oliveira


Segundo a Relação entre Espetáculos em Benefícios ou Festivais e os atuais Cabarés

Nos últimos dez anos, no Brasil, grupos de artistas circenses que não possuem ligação específica com os circos itinerantes ou de lona, em geral constituídos por escolas de circos, artistas circenses profissionalizados, ou não, oriundos de diversas áreas das manifestações artísticas (teatro, dança, música, etc.), têm experimentado organizar espetáculos que são denominados de cabaré. A idéia que perpassa essas iniciativas é a de que contenham uma diversidade de números artísticos, reunindo o próprio grupo ou escola, organizadores do evento, e convidados externos a eles. Na sua maioria, os números referem-se às atividades circenses de: acrobacias (solo e aéreo), malabares, equilíbrios, palhaços e/ou cômicos, apresentações musicais (cantos e instrumentos), danças, pequenas representações teatrais, entre outros.

Foi feita uma pesquisa de como as palavras cabaré e circo apareciam em algumas fontes contemporâneas. Optou-se por descrever uma parte dos resultados deste estudo falando sobre a Central do Circo – uma associação formada em São Paulo, em 1999, por companhias e grupos artísticos, voltada para o treinamento e pesquisa em técnicas circenses –, pois alguns de seus componentes eram organizadores de espetáculos tipo cabaré e são, hoje, parte dos construtores do Cefac.

No seu site, a Central fez constar o que entendia por um espetáculo de cabaré:

A idéia do Cabaré da Central do Circo nasceu com o intuito de exibir tudo o que estava sendo experimentado, criado e desenvolvido pelos grupos da Central do Circo. E por apresentar tantos números diferentes é que este espetáculo se tornou um Cabaré, um espetáculo de variedades, de revista.

O objetivo é difundir a linguagem do Circo Contemporâneo, oferecendo uma nova alternativa de diversão, reunindo números de alguns dos principais grupos de circo da cidade de São Paulo.

O Cabaré é uma oportunidade para o encontro do não convencional, utilizando o teatro e o circo como elos entre diversas linguagens. Seja com humor, drama, beleza ou virtuose. Sem dúvida, um dos principais trunfos deste espetáculo é que ele é um gênero atemporal. Seja pelo seu formato seja pela sua linguagem.

Em outubro de 2000, a mesma Central anunciava, já, o seu III Cabaré, chamando atenção para a participação de vários grupos de “circo-teatro-dança”, comemorando a conquista de reunir, segundo seus dizeres, o que de novo havia no cenário do “circo contemporâneo”; a propaganda informava que a lista de amigos era extensa: Abacirco, Circo Mínimo, Eugenioslávia, Eureka, Fractons, Nau de Ícaros, Pults Teatro Coreográfico, entre outros.

História do cabaré e os circenses
Durante todo o século XIX, os limites entre os espaços e as atividades artísticas não eram tão definidos. Muitas das apresentações nos teatros, que se queria fossem de elite, ou naqueles que apresentavam os gêneros de music-hall, os cafés-concertos e os cabarés, exibiam espetáculos de variedades que continham números já identificados como circenses propriamente ditos. Vale lembrar que muitos dos artistas europeus que fizeram parte da formação do circo trabalhavam nos diversos teatros das principais cidades da Europa e, mesmo depois que se consolidou o espetáculo circense, o intercâmbio permaneceu. Na prática, artistas das várias áreas ocupavam os mesmos espaços e atraíam o mesmo público; não havia como negar a contemporaneidade entre espetáculo circense e as outras produções artísticas, em particular as teatrais e musicais, e o quanto o linguajar e a prática circenses estavam presentes nas atividades de outros artistas “não circenses”.

De um modo geral, a definição dada a cabaré é que foi originado dos cafés-concerto e se tornou uma das formas mais “politizada”destes, onde canções e esquetes teatrais são mais críticos, apesar de manter o riso e o entretenimento como essência. Para alguns autores, cabaré seria o sinônimo de consumo de bebidas desde o final da Idade Média e seu sentido atual vem do século XIX. Entre os franceses, foi sempre chamado de café-concerto. Tanto o cabaré quanto o café-concerto eram lugares de distrações populares proporcionadas aos consumidores de bebidas. O público era eminentemente masculino, sendo que a presença feminina, em geral, eram as artistas e prostitutas.

Os gêneros teatrais e ou os lugares onde se davam, tal como: o teatro de revista, mágicas, vaudevilles, burletas, cançonetas, café-concerto, cabaré, teatro de variedades e operetas, entre outros, eram denominados de gênero leve ou aegre. Apesar desses vários nomes e também fazerem referência a lugares, destaca-se que, no dia-a-dia dos homens e mulheres artistas que trabalharam durante o século XIX até pelo menos o início do XX, não havia, necessariamente, uma divisão rígida dos modos de agirem ou representarem um ou outro. Isso quer dizer que um grupo que representasse mágica podia desenvolver outro gênero ao mesmo tempo.

Alguns autores ou historiadores da cultura, ao definirem o gênero, o fazem vinculando-o ao lugar e ao público. Entretanto, acredita-se que este tipo de explicação perde totalmente a multiplicidade e a diversidade das experiências vivenciadas, tanto pelos artistas quanto pelas pessoas que os assistiam. Ou seja, não há como afirmar que um “aristocrata” de dentro dos muros monárquicos, a partir do século XVIII, não estivesse, também, nas ruas assistindo espetáculos dos herdeiros da comédia del’arte, das exibições em feiras, festejos, comemorações e eventos nos espaços públicos.

A idéia que está presente em um espetáculo de cabaré do início do século XIX também esteve presente nos espetáculo de benefício ou festivais teatrais e circenses, assim como está presente nos atuais apresentados por grupos circenses que não nasceram nos circos de lonas, escolas de circo ou oriundos delas.

O grande número de gêneros produzidos e apresentados pelos artistas dos circenses e do teatro, era compatível com a multiplicidade de ofertas culturais do período. O espetáculo circense, em si, constituía-se como uma produção que encarnava a própria idéia dos espetáculos de variedades. Quando observamos as diversas propagandas apresentadas na primeira parte, os espetáculos de benefícios ou festivais, e compararmos com a estrutura e/ou de produção de um espetáculo cabaré, temos a semiliridade de propostas de um conjunto de apresentações artísticas: teatral, dança, música cantada e tocada, números acrobáticos de solo ou aéreo, mágica, declamação de poesia, cenas cômicas, entre outras. Estava e está presente a idéia de que o espetáculo contenha as principais representações das linguagens artísticas – teatro, literatura, música, dança, circo.

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