Entra que tem história
Após a estréia deste tipo de espetáculo e de espaço criados por Astley, um cavaleiro de nome Hughes, que tinha feito parte de sua primeira trupe, montou a sua própria companhia, em 1780, com o nome de Royal Circus, e pela primeira vez esse modelo de espetáculo produzido em tal espaço aparecia com o nome de “circo”. Hughes construiu um lugar que tinha um palco, como nos teatros, e uma pista colada a ele 6; nesta apresentavam-se os cavaleiros e saltadores, e naquele, os funâmbulos e pantomimas. Quanto à platéia, camarotes e galerias foram colocados em andares superpostos, inclusive camarotes no proscênio, e não mais em arquibancadas. Esta combinação permitia dar espetáculos maiores do que pantomimas de pista, e o público podia assistir inteiramente às apresentações, tendo em vista a sua disposição ao redor e em lugares de cima a baixo, ao lado da pista e do palco. Quando, em 1794, o anfiteatro de Astley pegou fogo, ele o reconstruiu aos moldes do de Hughes, ou seja, com pista e palco.
Fonte: Erminia Silva – Circo-teatro: Benjamim de Oliveira e a teatralidade circense no Brasil. São Paulo: Editora Altana, 2007, pp. 34-45