Entradas clownescas: uma dramaturgia do clown

Rémy, Tristan – Entradas clownescas: uma dramaturgia do clown. São Paulo: Edições SESCSP, 1996.

sescsp.org.br/edicoes

EDIÇÃO EM ESPANHOL DE 1999, EM PDF NO LINK LIVRARIA

Além do estudo sobre as origens europeias do clown, Tristan Rémy transcreve os enredos mais populares, revelando seu valor estético e histórico e o potencial de atualização pelos atores contemporâneos

As Edições Sesc São Paulo lançam pela primeira vez no Brasil o livro Entradas clownescas: uma dramaturgia do clown, do jornalista, escritor e historiador de circo francês Tristan Rémy (1897 – 1977). A obra registra cem anos de uma dramaturgia típica do circo por meio da transcrição de sessenta “entradas” que datam desde meados do século XIX, oferecendo detalhes dos jogos de cena, da interpretação e da relação de hierarquia no picadeiro entre o clown “branco”, o “augusto” e o “diretor”. Além da transcrição das entradas, Rémy apresenta um estudo sobre a origem francesa do clown e de seus antecedentes europeus.

A “entrada clownesca” – também conhecida no Brasil como “entrada circense” – consiste em uma cena cômica curta e dialogada, interpretada pelo clown “branco” (considerado o mestre do jogo, chefe da equipe clownesca por sua autoridade, sua criatividade e seu domínio sobre os efeitos cômicos) e por um ou mais “augustos” (indivíduo ingênuo, estúpido e inadequado). Ocasionalmente, o clown branco tem como parceiro “Monsieur Loyal”, que é o representante da direção, considerado a autoridade máxima do picadeiro.

O livro Entradas clownescas foi originalmente publicado por Rémy na década de 1960. Muitas das entradas registradas na obra lhes foram transmitidas oralmente e algumas foram transcritas a partir de sua observação durante as apresentações dos grandes cômicos de sua época, como Rhum, Pipo, Porto, Dario, Bario, Loriot, os Fratellini, entre outros. O livro é considerado o primeiro registro conhecido da representação, das pantomimas dialogadas, dos argumentos e personagens próprios dessa forma particular de arte.

Com pesquisa e tradução de Caco Mattos e Carolina Gonzalez, a edição brasileira possibilita conhecermos melhor o longo processo para a consolidação do gênero, que teve seus altos e baixos, mas perseverou e se difundiu inclusive no Brasil. Destinado a artistas, pesquisadores e admiradores de circo e teatro, Entradas clownescas constitui fonte inédita e, até o momento, única dos primórdios do clown europeu e dos textos que originaram as entradas tradicionais representadas no país, o que reforça a universalidade dessa expressão artística.

Além de conservar a memória do gênero, a obra revela seu valor estético e histórico e seu potencial de atualização pelos novos atores que mantêm viva a arte do picadeiro, servindo também como material de cena para artistas aprendizes, amadores e profissionais.

 

 

 

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