Merhy, Emerson Elias – “O mais profundo é a pele”. In: Interface. Comunicação, Saúde e Educação; Sessão Debate. Botucatu: v. 15, n. 38, p. 916-27, jul/set 2011.
Combater a colonialista antropologia do século XIX, eurocêntrica, e seus efeitos: discriminação, exclusão, dominação, entre muitos outros, é fundamental para abrir novas pautas: à antropologia e às ciências sociais em geral. Torna-se mais significante quando vivemos em um “mundo” completamente distinto daquele: novas dinâmicas sociais e novas conformações dos grupos sociais vêm marcando como superados vários dos paradigmas então construídos.
Vemos que para as lutas sociais, hoje, conta mais a conformação de grupos que apostam na autenticidade de modos de existência no entre dos processos capitalísticos de subjetivação, como o caso exemplar do movimento homossexual, buscando outra formulação à construção do comum na diversidade. O movimento pela criação de novos direitos, antes não imaginados, possibilita a noção de que o comum na diversidade é a consideração do diverso como enriquecimento das convivências e não como ameaça, o que vem pautando, em várias frentes de luta, outras formas de conceber o significado das lutas coletivas onde as visões sobre luta de classes não dão conta.