Salvatore, Laura – “Palhaçaria feminina em Portugal”. IN: O Circo: Ontem e hoje. Cadernos do GIPE CIT. Salvador BA: ano 25, n. 44, 2020.1, p. 8. (Também disponível, em pdf neste site, no link: Livraria)
RESUMO: Sabemos que no Brasil há um movimento crescente de busca pela legitimação da presença da mulher na arte de fazer rir a partir da linguagem clownesca. Os encontros de palhaças, as pesquisas dentro e fora da universidade e a persistência dessas mulheres têm contribuído para que elas possam integrar e ser livres no ato de criação cômica. Isto é, levar à cena conteúdos que lhes sejam convenientes, independentemente das convenções de gênero que lhes foram estabelecidas socialmente. Isso quer dizer que a luta por esse espaço permite à palhaça a possibilidade de existir oficialmente nessa arte, bem como
consente à mulher caminhos de reinvenção do seu ser. No entanto, nos questionamos sobre como o processo de reconhecimento da mulher nessa arte cênica acontece em Portugal. Como as palhaças portuguesas se expressam e quais são os desafios que enfrentam ao abordarem, ou não, o feminino em cena? Estariam elas a ridicularizar as estruturas sociais de gênero com seus corpos femininos e com suas palhaças? O documento aqui proposto investiga a intersecção da linguagem grotesca do palhaço com as criações cênicas de quatro palhaças e atrizes cômicas portuguesas: Anabela Mira, Catarina Mota, Eva Ribeiro e Mariana Schou, entrevistadas2 na primeira edição do evento de comicidade Gargalhadas na Lua, em 2017, em Lisboa.
PALAVRAS-CHAVE: Palhaças portuguesas. Comicidade feminina. Corpo grotesco
ABSTRACT
We know there is a growing movement in Brazil that seeks to legitimize the presence of women in the art of
making people laugh using clownesque language. Clown meetings, research inside and outside of universities and these women’s persistence have contributed to their freedom in the act of comic creation. This is the creation of content that is convenient to them, regardless of socially established gender conventions. This means that the struggle for this space allows the female clown to officially exist in this art, as well as allowing women to reinvent their being. However, we wonder about how this process of recognizing women in this scenic art happens in Portugal. How do that Portuguese clowns express themselves and what are the challenges they face when approaching, or not, the feminine in the scene? Are they ridiculing social gender structures with their female bodies and clowning? The document proposed here investigates the intersection of the clown’s grotesque language with the scenic creations of the Portuguese clowns and comic actresses Anabela Mira, Catarina Mota, Eva Ribeiro and Mariana Schou, interviewed in the first edition of the comedy event Gargalhadas na Lua, in Lisbon, in 2017.
KEYWORDS: Portuguese clowns. Comical female. Grotesque body