O mo(vi)mento da criança e a dança

Souza, Ana Eliza Antunes de – O mo(vi)mento da criança e a dança. Piracicaba: Universidade Metodista de Piracicaba – Educação Física. Dissertação de Mestrado, 2003.


 

A presente pesquisa originou-se do trabalho realizado num projeto de dança para crianças carentes, onde o que nos surpreendeu foi o interesse das crianças pelas experiências motoras e união destas à música, bem como da nossa história de vida ligada às questões da dança. A investigação ocorreu em dois grupos de diferentes origens: um de crianças carentes, denominado a e outro de infantes advindos de famílias de classe alta, freqüentadoras de uma academia de dança, identificado como b. O referencial teórico admitido para tal trabalho baseou-se nas diferentes fases da dança através dos tempos e também da dança na diversidade dos povos, levando em consideração as características de cada época e lugar desde o primitivo até à modernidade. Nessa análise ressaltamos a corporeidade pela descrição dos movimentos de dança livre e criativa. Em seguida destacamos as principais características da criança de zero a sete anos, dando destaque ao foco de quatro a seis anos no que se refere aos aspectos motores, afetivos e sociais. Para verificar como as crianças de quatro a sete anos executam os movimentos, foram propostas seis aulas para cada um dos grupos, a partir das seguintes temáticas: circo, o vento, contando uma história, o mar, a natureza, o bicho, sendo as mesmas filmadas e posteriormente analisadas a partir da proposta metodológica da observação sistemática de rudio (1978). Os dados da pesquisa, as observações e análises juntamente com o referencial teórico revelaram que é possível o trabalho de dança expressiva com movimentos livres para qualquer criança, independente de classe social, de origem e de estrutura adequada como salas de academias. Pudemos ainda constatar que o aproveitamento dos movimentos infantis para a dança proporciona às crianças a possibilidade de expressão de sentimentos e das mais profundas emoções como cidadãos do mundo. Como coroamento deste trabalho fica-nos a certeza de que a linguagem gestual e dos movimentos é tão importante para a criança como a outra linguagem, a fonética, pois é capaz de permitir expressividade criativa na criança, marca evidente de sua personalidade.

 

 

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