O processo de criação da Escola Nacional de Circo no Brasil e a continuidade dos modos de vida dentro e fora da lona (pdf)

KRONBAUER, Glácia Andreza – O processo de criação da Escola Nacional de Circo no Brasil e a continuidade dos modos de vida dentro e fora da lona. Ponta Grossa: (Tese de Doutorado) – Universidade Estadual de Ponta Grossa – Faculdade Educação – História e Políticas Educacionais, 2016.

Site do projeto da autora: https://circoemcontextos.wixsite.com/circo

RESUMO: O circo é um espetáculo que congrega sob a lona, em um picadeiro circular, diversas manifestações artísticas produzidas pela humanidade ao longo de sua história. Sua organização tem na família elemento central, na itinerância um modo de vida, e na criança a garantia de sobrevivência. Durante a história das mulheres, homens e crianças circenses no Brasil, os distintos modos de fazer circo eram transmitidos de geração para geração no seio familiar, em processos de continuidade. Em certo contexto, no entanto, começaram a surgir instituições escolares específicas para a formação de artistas, como é o caso da Escola Nacional de Circo (ENC). De caráter estatal e primeira do tipo na América Latina, foi inaugurada no dia 13 de maio de 1982, no Rio de Janeiro. O objetivo desta tese foi investigar e analisar os elementos que condicionaram a sua criação, com base nos movimentos da história e na identificação dos múltiplos fatores que confluíram para sua consolidação como importante instituição de formação para a classe artística brasileira. Para tanto, primeiramente foi realizado um levantamento de fontes para a pesquisa nos acervos da própria escola
e do CEDOC/FUNARTE, e identificados atores que contribuíram para o processo de criação da ENC. Foram realizadas entrevistas e análises de documentos, em permanente diálogo com a literatura relacionada ao tema, e também com o referencial teórico que orientou a pesquisa. A partir das informações das fontes, algo que chamou a atenção foram os relatos recorrentes sobre a aproximação entre o circo e o Estado brasileiro do período, que passava por um momento bastante peculiar em sua história, quando deveria preparar o terreno para a abertura política, após anos de ditadura militar. As políticas culturais da década de 1970 passaram a investir no estímulo e no direcionamento das ações culturais, minimizando a repressão dos anos de chumbo. O circo, como espetáculo itinerante que chegava a locais isolados e carregava consigo importante signos ideológicos para a construção de um novo Brasil, parecia um bom investimento. Além disso, foi possível elencar dois fatores principais que levaram o circo à passar por uma crise na segunda metade do século XX: a falta de locais adequados para a instalação dos circos; e a falta de artistas qualificados e conhecedores da vida circense. Na tentativa de encontrar soluções para esses problemas, o Serviço Nacional de Teatro implementou uma política nacional de apoio aos circos, na qual constava a construção de uma estrutura permanente e espaços públicos para instalação de circos nas grandes capitais, e a criação de escolas para a formação de profissionais. A partir dessas discussões, formulamos a seguinte tese: as novas configurações nas formas de fazer e aprender a fazer circo, bem como os interesses do Estado brasileiro em fomentar políticas culturais capazes de difundir sua ideologia, foram condicionantes para o processo de criação da ENC.
Palavras-chave: Circo. Continuidade. Educação. Estado.

CLIQUE PARA LER ESTE TRABALHO NA ÍNTEGRA

Related posts

SUBINDO A MONTANHA: Reflexões e narrativas de uma palhaça em movimento (pdf)

Silva

Dercy Gonçalves, matriz do artista popular brasileiro (pdf)

circon

O que (não) é circo? Circ/uns/grafia nas artes da cena (pdf)

Daniel Lopes