Outras Nises: Mulheres em clínicas, artes e pedagogias de insurreição às políticas da morte em Belém entre 2014 e 2018 (pdf)

Lima, Vitor Nina de – Outras Nises: Mulheres em clínicas, artes e pedagogias de insurreição às políticas da morte em Belém entre 2014 e 2018. Belém: Dissertação de Mestrado (Mestre em Saúde Coletiva), Programa de Pós-Graduação Saúde, Ambiente e Sociedade na Amazônia da Universidade Federal do Pará – Instituto de Ciências da Saúde, 2017.

Resumo: As experiências de Belém entre 2014 e 2018 -período de ascensão do estado de exceção e do fascismo no Brasil e na cidade- produziram fontes disparadoras de possibilidades de insurreição da vida à franca ação das políticas da morte, merecendo atenção e estudos mais atentos sobre suas variadas experiências comunitárias, institucionais e coletivas. Lidas à partir do trabalho de mulheres, ainda demonstram que o devir mulher produz políticas do comum, novos modos de convívio capazes de transformar realidades à partir de rupturas em instituições totais e territórios de violência e miséria. Cartografamos, ou seja, acompanhamos processos de resistência na micropolítica de Belém -trabalho que denominamos AntiResidência- entre os anos de 2014 e 2018, período caracterizado pelo fim da Nova República, quando o Brasil atravessa convulsões sociais e institucionais e o recrudescimento da violência, da fome e do medo no país. À seguir, identificamos à partir das pistas produzidas durante a cartografia as políticas da morte em atividade em Belém neste período aplicando o conceito de Necropolítica apresentado por Achille Mbembe (2018). Após revisão crítica das pistas recolhidas durante o processo cartográfico, identificamos no trabalho de mulheres a quem chamamos Outras Nises a produção de condições de possibilidade, de esgotamento e de criação de micropolíticas capazes de liberar vida mesmo nos campos da morte. Apontamos como as diferentes operações na micropolítica dos campos da morte foram capazes de interferir na macropolítica da cidade, produzindo redes rizomáticas, capazes de disputar territórios para a produção de vida. Identificamos oito fontes de saberes teórico práticos úteis à produção de micropolíticas transformadoras dos campos da morte. Identificamos em nossa experiência como a arte possibilitou a expansão da vida, ao transformar relações de corpos, identidades e reconhecimentos entre sujeitos e suas comunidades. Relacionamos as práticas desenvolvidas em Belém entre 2014 e 2018 ao conceito de máquina de guerra, capaz de se contrapor às políticas da morte aplicadas à populações e territórios da cidade e ao discurso de intolerância e ódio que ganha intensidade neste período, caracterizado pela intensificação das práticas de Estado de Exceção brasileiras. Identificamos como limite e nó crítico das experiências de insurgência às políticas da morte a reprodução do patriarcado através do apagamento do trabalho e a desmobilização do protagonismo feminino na micropolítica de instituições, grupos e coletivos.

Palavras chave: Políticas da Morte; Estado de Exceção; Clínica Antimanicomial; Clínica Peripatética; Arte Pública; Saúde Pública; Cartografia; Micropolítica do Cuidado; Trabalho Vivo em Ato; Esquizoanálise.

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