Poéticas circenses contemporâneas: intermedialidades e o Coletivo Instrumento de Ver (pdf)

Piedade, Julia Henning Campos – Poéticas circenses contemporâneas: intermedialidades e o Coletivo Instrumento de Ver. Brasília (DF): Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas da Universidade de Brasília como parte dos requisitos para a obtenção do grau de Mestre em Artes Cênicas. Linha de pesquisa: Processos composicionais para a cena, 2018.

Resumo: Esta dissertação investiga poéticas circenses contemporâneas a partir da identificação das intermedialidades propostas pelo coletivo artístico brasiliense Instrumento de Ver. As artes circenses, na pluralidade de suas manifestações, vêm propondo, ao longo de diferentes períodos históricos, uma abertura para a variedade de abordagens de diferentes mídias. Considero, então, as mídias, como modos de expressão e objetos que organizam, transportam, guardam ou alteram a nossa percepção de mundo, participando como meios para a produção de sentido. Partindo do princípio de que a relação do artista com os dispositivos circenses, ou seja, seus aparelhos e objetos, é crucial para o circo, proponho uma análise desta relação. Para isso, no primeiro capítulo, volto o olhar para as transformações do circo desde o nascimento do circo moderno, passando por termos comumente utilizados para nominar mudanças significativas do circo no último século, como Novo Circo, circo tradicional e circo contemporâneo. É nesse contexto que trago, no segundo capítulo, o percurso do coletivo Instrumento de Ver desde a sua criação, em 2002, me aprofundando nos processos criativos de O Que Me Toca é Meu Também (2012) e Geringonça (2016). O terceiro capítulo aborda os conceitos de mídia e intermedialidade como ferramentas operativas para a abordagem crítica desses dois processos e obras, cuja análise de suas intermedialidades acontece no quarto e último capítulo. Dialogo com artistas e teóricos das artes circenses como os brasileiros Ermínia Silva e Gilmar Rocha, os franceses Phillipe Goudard e Jean Michel Guy, dentre outros, assim como com alguns autores pesquisadores dos estudos da mídia, dentre eles os brasileiros Adalberto Müller e Marta Isaacsson, o canadense Éric Méchoulan, os portugueses José Maria Mendes e Filipa Chambel, o alemão Jurgen Müller e outros que foram importantes aliados para uma compreensão desses conceitos e contextos. Faz parte da minha escolha, portanto, observar como as mídias estão presentes e se relacionam nos processos criativos do coletivo Instrumento de Ver. Proponho um olhar para a materialidade das mídias e para o espaço criado na relação entre elas, tratado dentro da perspectiva da intermedialidade.
PALAVRAS CHAVE: Circo; Artes circenses; Intermedialidade; Mídia; Instrumento de Ver.

Resumé: Cette dissertation recherche la poétique circassienne contemporaine à partir de l’identification des intermedialités proposées par le collectif artistique brésilien Instrumento de Ver. Les arts du cirque, dans la pluralité de ses manifestations, ont proposé sur différentes périodes historiques, une ouverture pour la variété des approches aux médias. Je considère ensuite les médias comme des modes d’expression et des objets qui organisent, transportent , gardent ou modifient notre perception du monde, en participant comme moyens de production de sens. En supposant, pourtant, que la relation entre l’artiste et les appareils de cirque, c’estàdire leurs appareils et objets, est très importante pour le cirque, je propose une analyse de cette
relation. Pour cela, dans le premier chapitre, je reviens sur les transformations du cirque depuis la naissance du cirque moderne, en passant sur les termes couramment utilisés pour désigner des changements significatifs du cirque au siècle dernier, tels que Nouveau Cirque, cirque traditionnel et cirque contemporain. C’est dans ce contexte que j’apporte, dans le deuxième chapitre, le cours du collectif Instrumento de Ver depuis sa création en 2002, approfondissant dans les processus créatifs Ce qui me touche m’appartient aussi (2012) et Geringonça (2016). Le troisième chapitre traite des concepts de médias et d’intermédialité en tant qu’outils opérationnels pour l’approche critique de ces deux processus et oeuvres, dont l’analyse de leurs intermédialités se passe dans le quatrième et dernier chapitre. Je dialogue avec des artistes de cirque et des théoriciens comme les Brésiliens Ermínia Silva et Gilmar Rocha, les Français Phillipe Goudard et Jean Michel Guy, entre autres, ainsi qu’avec certains auteurs des études des média, parmi eux les Brésiliens Adalberto Müller et Marta Isaacsson, le Canadien Éric Méchoulan, le Portugais José Maria Mendes et Filipa Chambel, l’Allemand Jurgen Müller et d’autres qui étaient des alliés importants pour la compréhension de ces concepts et contextes. Il fait partie de mon choix, donc, d’observer comment les médias sont présents et interagissent dans les processus de création du collectif Instrumento de Ver. Je propose un regard sur la matérialité des médias et sur l’espace créé dans la relation entre eux, traités dans la perspective de l’intermédialité.
MOTS CLÉS: Cirque; Arts du cirque; Intermédialité; Médias; Art contemporain; Instrumento de Ver.

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