Tem palhaça na rua-rio? Tem sinsinhô! : Vivências de palhaçaria e educação popular no Porto do Sal (pdf)

Lima, Alana Clemente – Tem palhaça na rua-rio? Tem sinsinhô! : Vivências de palhaçaria e educação popular no Porto do Sal. Belém (PA) – Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Artes, Instituto de Ciências da Arte, Universidade Federal do Pará, 2019.

Resumo: Tem palhaça na rua-rio? Tem sinsinhô! configura-se como uma pesquisa lítero-científica que investiga as relações entre a palhaçaria e a prática da educação popular no contexto do projeto Ter.Ser, de arte e educação popular, desenvolvido na comunidade do Porto do Sal, no bairro da Cidade Velha em Belém do Pará. O projeto, de cunho social, artístico e político, organiza-se por meio de uma escolinha popular com atividades regulares na comunidade e intervenções artístico-políticas pontuais. A pesquisa, fundamentada na fenomenologia de Gaston Bachelard e na fenomenologia do olhar de Alfredo Bosi, estrutura-se como bibliográfica e de campo, mergulhando na obra poética de Manoel de Barros e na obra literária Peter Pan para construção da escrita lítero-científica. Parto da minha trajetória enquanto palhaça-educadora-pesquisadora e atravesso estes três olhares para discutir as vivências da pesquisa, pois me posiciono enquanto pesquisadora-participante. O trabalho é dividido em três cadernos conduzidos por três verbos norteadores: olhar, brincar e esperançar. Estes verbos e cadernos mostram-se interdependentes e interligados pela escrita narrativa que estabelece sempre uma continuidade, trazendo referências diretas à obra de James Barrie – Peter Pan – desde o sumário até as considerações finais do trabalho. Nas considerações iniciais – Em busca da terra do nunca – contextualizo minha trajetória a partir da relação com o brincar, apresentando os elementos da obra de Barrie e Manoel de Barros que conversam com a pesquisa e nesse contexto convido o leitor a voar comigo nessa busca. No caderno 1 – Olhar, intitulado Segunda à direita, depois direto até amanhã de manhã, apresento a perspectiva dos três olhares que assumo na pesquisa, palhaça-educadora-pesquisadora, trazendo as imagens poéticas e reais construídas a partir do contato com a comunidade do Porto do Sal, é o caderno de apresentação do lugar e da prática educativa do projeto, onde mergulho nos estudos de João de Jesus Paes Loureiro, Gaston Bachelard, Alfredo Bosi, Sônia Rangel, Paulo Freire e Carlos Rodrigues Brandão. No caderno 2 – Brincar, intitulado Pó de pirlimpimpim, atravesso os nascimentos da minha palhaça Xulipa Margarida e a relação com o brincar, o jogo, a palhaçaria e o teatro de invasão, buscando referenciais de Alice Viveiros de Castro, Marton Maués, Romana Melo, Andréa Flores, André Carreira, Johan Huizinga, e Tizuko Kishimoto. O caderno 3 – Esperançar, também chamado de Com um pouco de poeira de fada a menina perdida começa a voar, traz o voo da palhaça-educadora-pesquisadora à terra do nunca e ao universo da palhaçaria e educação popular na comunidade do Porto do Sal. Entrelaçando teoria e relatos das vivências, é o caderno que constroi os atravessamentos de todo o caminho do voo até aqui. No lugar das considerações finais, Pois tudo isso aconteceu há muito tempo, as reflexões sobre as vivências, a educação popular e sobre a produção de conhecimento em artes se organizam neste ponto, que pretende deixar sempre a janela aberta para que o voo para as muitas terras do nunca sempre exista. Disto isto, fechem os olhos, pensem em coisas boas que o pó de pirlimpimpim nos mostrará o caminho!
Palavras-chave: Palhaçaria; Educação popular; Porto do Sal; Palhaça-educadora-pesquisadora.

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